URLs ainda importam para SEO e até para a IA
Mesmo com a ascensão das buscas por inteligência artificial, a estrutura das URLs segue sendo um pilar silencioso da visibilidade digital. Entenda o que continua valendo, o que mudou e onde faz sentido investir tempo

No meio de tantas atualizações de algoritmo, mudanças de comportamento dos usuários e novas formas de exibir resultados, uma dúvida antiga ainda circula entre profissionais de SEO e marketing digital. A estrutura da URL ainda importa? A resposta é sim, mas com algumas ressalvas.
De acordo com informações do Search Engine Land, os caminhos digitais que direcionam os usuários e os robôs de busca para seu conteúdo continuam sendo parte essencial da equação.
Mesmo que o impacto direto no ranking não seja tão grande quanto se acreditava no passado, URLs bem construídas contribuem para a compreensão do conteúdo pelo Google, influenciam na canonização e ainda fazem diferença quando o conteúdo é citado por ferramentas de IA.
O tamanho da URL faz diferença?
Durante muito tempo, acreditou-se que URLs mais curtas tinham um desempenho melhor nas buscas.
Esse mito foi derrubado por diversas declarações do Google. John Mueller, representante da empresa, já afirmou publicamente que o comprimento da URL não é um fator de ranqueamento.
Segundo ele, URLs são apenas identificadores. O tamanho não influencia diretamente a posição de uma página nos resultados de pesquisa.
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No entanto, há um detalhe relevante: quando o Google precisa escolher entre diferentes versões de uma mesma página para exibir nos resultados, geralmente opta por uma URL mais clara e enxuta como canônica.
Isso não significa que ela terá melhor posicionamento, mas é essa versão que o usuário vai visualizar no snippet da busca.
Por isso, ainda vale adotar uma estrutura consistente e legível, que funcione para o seu site e possa ser mantida a longo prazo.
E nas Visões Gerais de IA?
Com a chegada do modo IA do Google, muitos começaram a se perguntar se a estrutura das URLs impactaria as páginas que aparecem nessas respostas geradas por inteligência artificial.
O Search Engine Land analisou 3.123 URLs citadas nesse formato, em 580 consultas nos setores de viagens, e-commerce e SaaS. O resultado mostrou que o comprimento médio dessas URLs foi de 53 caracteres, enquanto os links azuis tradicionais ficaram com média de 52.

A conclusão é simples. Não há diferença significativa entre os dois formatos. Isso reforça que as bases técnicas da web continuam valendo, mesmo dentro desse novo cenário moldado pela IA.
Aqui na SEO Lab, já discutimos como as Visões Gerais de IA podem gerar receita semelhante à da busca tradicional, apesar de afetarem a forma como os usuários acessam os sites.
Palavras-chave na URL ajudam no ranqueamento?
Sim, mas o efeito é pequeno. Palavras-chave na URL são reconhecidas como um sinal de ranqueamento, mas o próprio Google considera esse sinal fraco e superestimado.
John Mueller explica que, embora as palavras-chave possam ajudar o Google a entender melhor a página na fase inicial de descoberta, seu valor diminui significativamente depois que o conteúdo é rastreado e indexado.
Ou seja, incluir palavras-chave relevantes pode ajudar na clareza para o usuário e na compreensão inicial da página, mas não deve ser tratado como uma prioridade estratégica.
O melhor caminho continua sendo criar URLs descritivas, estáveis e que façam sentido tanto para quem navega quanto para os mecanismos de busca.
Em outro conteúdo da SEO Lab, mostramos como os dados de busca também têm guiado decisões estratégicas de negócios, reforçando o papel do SEO como inteligência de mercado.
A permanência da URL importa?
Sim, e cada vez mais. O uso crescente de IA para gerar respostas e fazer citações diretas de páginas da web está esbarrando em um problema técnico e de confiança: os links quebrados.
Muitas das URLs usadas por essas ferramentas deixam de funcionar, apontam para páginas que sumiram ou retornam erro 404. Isso compromete a verificabilidade das informações e prejudica a reputação de quem publicou o conteúdo.
Quando uma IA referencia o seu site e a página deixa de existir, você perde uma oportunidade de visibilidade e enfraquece o vínculo de credibilidade com o usuário.
Por isso, manter URLs permanentes e estáveis é mais do que uma boa prática de SEO.
É um requisito para que seu conteúdo continue sendo útil e citado nos ambientes assistidos por IA.
Essa discussão também passa pela forma como estruturamos a participação do público no ambiente digital. Já mostramos como o conteúdo gerado por usuários se tornou peça-chave para o SEO atual, especialmente diante da nova dinâmica de indexação e autoridade.
Leia também: Google exige indexação para seu conteúdo aparecer no Modo IA
A estrutura da URL ainda ajuda?
Sim, especialmente quando ela colabora com a organização do site. O Google usa a estrutura da URL como um sinal secundário para entender hierarquias e relacionamentos entre páginas.
Um caminho como /blog/seo/basics pode ajudar a indicar que aquele conteúdo faz parte de uma série ou de uma seção temática mais ampla.
Mas o que realmente pesa é a facilidade de acesso. Páginas que estão mais próximas da home, com até três cliques de distância, costumam ser interpretadas como mais relevantes.
Nesse sentido, os links internos e a arquitetura de navegação têm mais impacto do que a estrutura da URL em si.
Ainda assim, manter URLs lógicas e legíveis ajuda o visitante a entender onde está e o que esperar de uma página. Isso melhora a experiência de navegação e, como consequência, a indexação também.
O que vale priorizar
Mesmo que o cenário da busca esteja sendo remodelado pela inteligência artificial, os fundamentos continuam sólidos. URLs limpas, consistentes e permanentes oferecem rastreabilidade, clareza e manutenção a longo prazo.
Não é sobre conquistar posições melhores com uma URL bonita. É sobre criar uma base técnica confiável que suporte o conteúdo, ajude o usuário e permita que as ferramentas da web — humanas ou automatizadas — façam seu trabalho com eficiência.
Para quem produz conteúdo, gere tráfego e constrói presença online, essa é uma parte do SEO que ainda vale cuidar de perto.
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