YouTube Shorts agora permite buscas com o Google Lens

O Google começou a liberar um novo recurso que pode mudar como usuários interagem com vídeos curtos: o Google Lens agora está integrado ao YouTube Shorts.

A novidade permite que você pesquise qualquer coisa que apareça no vídeo, um objeto, uma legenda, um ponto turístico, direto da tela.

A função já está sendo liberada em fase beta para usuários de Android e iOS. E, como mostramos nesta matéria sobre o crescimento sustentável no Shorts, esse formato já se consolidou como um canal estratégico de visibilidade.

Como funciona o Lens nos Shorts

A lógica é simples:

1. Assista a um Short e pause tocando na tela.
2. No topo, toque em “Lente”.
3. Destaque, toque ou circule qualquer elemento que queira pesquisar.

Os resultados aparecem logo acima do vídeo. Dá pra identificar produtos, traduzir textos em tempo real, reconhecer locais ou até descobrir informações com base nas Visões Gerais de IA, aquelas respostinhas explicativas com contexto.

Esse tipo de resultado já está em teste dentro do YouTube, como explicamos nesta matéria sobre IA nos resultados da plataforma.

Agora, esse mesmo recurso está embutido nos próprios vídeos.

Terminou de explorar? É só deslizar para baixo e seguir vendo o vídeo.

Leia também: CEO do Google diz que Visões Gerais de IA aumentam tráfego para sites. Mas quem tá sentindo isso?

Shorts, IA e um novo jeito de buscar

Essa atualização mostra como o Google está fundindo vídeo, busca e inteligência artificial em uma mesma experiência.

A lógica de “procurar” está mudando, agora você não digita, você aponta.

Para quem trabalha com SEO e conteúdo, é sinal claro de que o Google está apostando na interatividade visual como parte central da nova busca, inclusive dentro de produtos como o Shorts, que antes pareciam isolados desse ecossistema.

Impacto direto para criadores e marcas

Para quem cria conteúdo ou vende produtos, a coisa fica interessante (e desafiadora).

Com o Lens ativado, os elementos visuais dos seus vídeos podem virar portas de entrada orgânica.

Ou seja: não é só o título ou a descrição que importam, a imagem da mochila, o letreiro do bar, o texto na camiseta também contam.

Só que há um porém: se o vídeo estiver com tag de afiliado pelo YouTube Shopping, o Lens é desativado. Essa trava de monetização é oficial e está nos documentos de suporte.

Na prática, isso significa que criadores e marcas vão precisar escolher entre monetizar via afiliados ou ganhar alcance via busca visual.

É uma bifurcação importante, especialmente agora que o Shorts atingiu paridade de receita com os vídeos longos.

Shorts como ferramenta de descoberta

A função do Lens também reforça o que já falamos por aqui: o Shorts está virando uma ferramenta de descoberta — e não só de entretenimento.

Marcas de turismo, gastronomia, moda ou educação podem se beneficiar com a exposição orgânica, desde que os vídeos sejam planejados com atenção aos elementos visuais.

Isso vale ainda mais quando falamos de crescimento sustentável. Como detalhamos neste artigo sobre como impulsionar Shorts com estratégia, pensar no longo prazo é o que faz os vídeos continuarem relevantes mesmo depois de publicados. A busca visual entra exatamente nesse cenário.

O que esperar daqui pra frente

Essa integração mostra que o Google está pavimentando uma busca mais integrada, responsiva e menos baseada em cliques.

Os usuários estão se tornando buscadores visuais, e os vídeos, especialmente os curtos, estão virando mapas interativos.

Pra quem trabalha com marketing de conteúdo, SEO ou social media, a mensagem é clara: os objetos, textos e lugares nos vídeos agora têm peso estratégico. E os roteiros precisam considerar isso desde a ideia até a edição.

Comece a pensar seus Shorts com momentos “buscáveis”. Porque o futuro da busca não está só na barra de pesquisa, ele está em cada frame do seu conteúdo.

Veja também: Google e a nova era da busca: Sundar Pichai detalha o futuro da IA e da web