Visões Gerais de IA do Google derruba cliques em buscas: queda de 30% desafia estratégias de SEO

Impressões crescem, mas tráfego não acompanha: novo estudo mostra como os resumos com inteligência artificial estão mudando o jogo da busca no Google

Visões Gerais de IA do Google derruba cliques em buscas: queda de 30% desafia estratégias de SEO
Com as Visões Gerais de IA ganhando espaço, estar bem ranqueado já não garante clique, e isso muda tudo no SEO. Créditos: Unsplash.

Os resumos gerados por inteligência artificial no Google, conhecidos como AI Overviews, estão mudando a dinâmica do SEO de forma radical.

Um estudo recente da BrightEdge, publicado pela Search Engine Land, mostrou que as impressões de resultados de busca cresceram 49% no último ano, mas os cliques nesses resultados caíram 30%.

Ou seja, mais gente está vendo os resultados, mas menos está clicando nos links.

A explicação está nas novas respostas geradas por IA que o Google exibe no topo da página, muitas vezes resolvendo a dúvida do usuário ali mesmo, sem necessidade de visitar outro site.

Leia também: Visões Gerais de IA derrubam cliques em até 34,5%, revela análise independente

De ranking a “recomendação”: a virada do SEO

Durante anos, a regra era clara: aparecer bem posicionado no Google significava atrair tráfego, e tráfego, como a gente sabe, é o que movimenta o jogo da monetização.

Agora, com os resumos por IA, o foco passa a ser a visibilidade dentro das Visões Gerais, ainda que nem sempre isso garanta um clique.

Segundo a BrightEdge, 89% das citações usadas pela IA vêm de páginas que nem sequer estão nas 100 primeiras posições dos resultados orgânicos, o que acende um alerta para quem ainda trabalha com as antigas métricas como prioridade absoluta.

Essa mudança também levanta a questão: quem está sendo citado nessas Visões Gerais? E quem foi ignorado?

Já discutimos isso na SEO Lab ao analisar quais sites aparecem nas Visões de IA — e os resultados não favorecem todo mundo.

O que os números revelam sobre esse novo cenário

A pesquisa traz ainda outros dados que ajudam a entender o impacto das Visões Gerais de IA:

A mudança no tipo de busca:

  • As consultas longas (com mais de 8 palavras) aumentaram 7 vezes no último ano.
  • Houve um crescimento de 48% no uso de termos técnicos.
  • Citações em páginas mal ranqueadas dispararam:
    • +400% para páginas entre as posições 21 e 30
    • +200% entre as posições 31 e 100

A influência por setor:

  • Saúde e educação lideram a adoção, com até 90% de cobertura em consultas.
  • Tecnologia B2B saltou de 36% para 70%.
  • Seguros foram de 17% para 63%.
  • Já o e-commerce caiu: a presença das Visões Gerais foi de 29% para apenas 4%.

Outro dado relevante que já exploramos na SEO Lab é que o próprio Google tem se auto-referenciado com frequência cada vez maior nas Visões de IA.

Um levantamento mostrou que 43% dos links levam o usuário de volta ao próprio ecossistema do Google, como YouTube, Google Flights ou Google Maps.

O que isso muda para quem trabalha com conteúdo e SEO

Para quem vive de SEO, tráfego e conteúdo, ou mesmo para quem atua com anúncios e monetização, esse novo ambiente exige ajustes estratégicos.

Não basta mais só ranquear: é preciso entender como ser citado pelas Visões Gerais da IA, como ganhar espaço nelas e como mensurar esse tipo de visibilidade.

Inclusive, recentemente explicamos como os links das Visões Gerais passam a aparecer no Search Console.

A mudança ajuda a medir o impacto, mas ainda é limitada — e não resolve o problema da atribuição incompleta.

Por outro lado, para quem trabalha com mídia paga, a IA ainda não bagunçou tanto as estruturas.

O próprio Google afirmou que as receitas com anúncios de busca continuam intactas — por enquanto. Mas vale acompanhar de perto.

A BrightEdge resume bem:

“SEO não se trata mais apenas de classificação – trata-se de ser recomendado e citado. As novas regras de busca não se tratam de abandonar o que funcionava antes – mas sim de evoluí-lo.”