Meta transforma IA em rede social e intensifica disputa pela atenção dos usuários

Novo feed do Meta AI mistura geração de imagens, interações públicas e viralização de respostas, e aponta para o futuro das buscas, da socialização e da disputa por tráfego online

Meta transforma IA em rede social e intensifica disputa pela atenção dos usuários
Proposta é transformar o uso da IA em algo aberto, social e potencialmente viral. Créditos: Reprodução/Meta AI.

Imagine um cruzamento entre Pinterest e Threads, mas com IA generativa no centro da experiência.

É assim que funciona o novo feed social do Meta AI, lançado pela empresa como um espaço onde usuários não só interagem com a inteligência artificial, mas também compartilham seus prompts e resultados em tempo real, como se fossem postagens em uma rede social tradicional.

A proposta é transformar o uso da IA — antes privado, restrito a chats como ChatGPT ou Gemini — em algo aberto, social e potencialmente viral.

Com apenas dois cliques, qualquer usuário pode publicar o que gerou com a Meta AI. O resultado é um fluxo caótico de imagens criadas por IA, consultas curiosas e interações quase terapêuticas com o assistente virtual.

E tudo isso misturado ao feed do Facebook, Instagram e Messenger, além de um app exclusivo já disponível nos EUA.

Na prática, funciona assim, o Prompt e a imagem que antes eram privados, agora, podem ser compartilhados e vão para o feed da plataforma.

Fizemos um teste rápido para ver como funcionava. Ao entrarmos, pedimos que a IA gerasse a imagem de uma praça, segundo o comando do Prompt a seguir:

Depois disso, publicamos a imagem gerada no feed. A publicação aparece no feed geral e fica disponível nas publicações do seu perfil.

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Um novo ponto de virada na batalha pelo tráfego

Com o Meta AI se tornando uma espécie de rede social de prompts, o consumo de informação entra em uma nova fase: mais emocional, visual e interativa e menos pautada por busca direta ou navegação tradicional.

Essa tentativa de uma informação mais interativa pode mexer com o comportamento do usuário e a disputa por atenção online e parece de um mecanismo que as Big Tech compreenderam para se aproximar os usuários.

Recentemente noticiamos aqui na SEO Lab o movimento do ChatGPT, da OpenAI, de criar um recurso de compras conversacional dentro do chatbot.

Além disso, enquanto o Google tenta transformar sua busca com IA generativa, a Meta aposta em prender o usuário dentro de um ecossistema social alimentado por IA.

Esse movimento está alinhado à estratégia mais ampla da empresa, que já havia surpreendido o mercado ao mostrar alta na receita de publicidade e um foco crescente em IA como diferencial competitivo, como mostramos nesta matéria do SEO Lab.

No centro dessa disputa, estão os produtores de conteúdo, marcas e veículos de mídia que já veem seu alcance orgânico ser redesenhado por essas novas plataformas.

Em vez de competir apenas com outros sites, agora é preciso disputar espaço com resultados gerados por IA e interações sociais baseadas em machine learning.

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