Meta surpreende com alta na publicidade e aposta ainda maior em IA para manter liderança

Mesmo diante de incertezas econômicas, empresa supera projeções no 1º trimestre e amplia investimentos em data centers, mirando a consolidação na corrida da inteligência artificial

Meta surpreende com alta na publicidade e aposta ainda maior em IA para manter liderança
Meta reporta receita acima do esperado e anuncia aumento nos gastos com IA e infraestrutura. Créditos: Reprodução/Meta.

A Meta Platforms, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, registrou um desempenho acima das expectativas no primeiro trimestre de 2025.

A empresa alcançou US$ 42,31 bilhões em receita, superando a previsão média de analistas (US$ 41,4 bilhões) e sinalizou uma projeção otimista para os próximos meses.

As ações reagiram com força, subindo quase 6% após a divulgação dos resultados. As informações são do New York Post.

Segundo a Meta, a receita do segundo trimestre deve ficar entre US$ 42,5 bilhões e US$ 45,5 bilhões, em linha com o que o mercado previa.

Já o lucro por ação ficou em US$ 6,43 — bem acima dos US$ 5,28 estimados. O resultado mostra que, apesar das incertezas macroeconômicas, o núcleo do negócio da empresa — a publicidade — permanece sólido.

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Big Techs e a disputa bilionária da IA

O que chama atenção nos números não é só o desempenho publicitário. A Meta aumentou consideravelmente sua previsão de gastos de capital para 2025: de até US$ 65 bilhões para até US$ 72 bilhões. O foco? Data centers e infraestrutura voltada para inteligência artificial.

Segundo a CFO Susan Li, o aumento reflete os custos de hardware e a necessidade de escalar servidores para dar suporte aos modelos de IA que estão sendo desenvolvidos pela empresa.

Para o mercado, o movimento é uma tentativa de afastar a percepção de que a Meta estaria ficando para trás nessa corrida tecnológica — algo que ganhou força após o lançamento morno do modelo Llama 4.

Enquanto isso, discutimos recentemente na SEO Lab como a Meta vem lidando com a polêmica sobre o uso de dados de usuários para treinar seus sistemas de IA — tema que segue alimentando discussões sobre privacidade e transparência no setor.

A resiliência da publicidade em tempos turbulentos

Outro destaque do relatório é a força da base de usuários da empresa: mais de 3,4 bilhões de pessoas usam ao menos um aplicativo da Meta por dia.

Esse alcance massivo transforma a companhia em uma aposta segura para anunciantes — especialmente em um cenário de retração dos investimentos em marketing nos EUA, causada pelas incertezas econômicas e políticas, como as novas tarifas comerciais.

Enquanto concorrentes como Snap e Google sinalizam desaceleração nas receitas de anúncios, a Meta mostra consistência.

Para Minda Smiley, analista da Emarketer, essa estabilidade pode jogar a favor da empresa em tempos de instabilidade, embora ela também não esteja imune a cortes mais profundos nos orçamentos publicitários.

Pressões políticas e o risco regulatório

Apesar do otimismo com os números, a empresa ainda enfrenta desafios relevantes no campo regulatório.

A Meta está no centro de um julgamento de alto risco com a Comissão Federal de Comércio (FTC), que tenta reverter as aquisições do Instagram e do WhatsApp.

Esse processo pode mudar drasticamente o cenário competitivo das redes sociais — como já discutimos em outra matéria da SEO Lab, que aprofunda os impactos dessa disputa para o futuro da empresa.

Um olho no faturamento, outro na reputação

O equilíbrio entre crescimento financeiro e confiança pública será cada vez mais crucial.

A Meta ainda precisa demonstrar que seus avanços em inteligência artificial vêm acompanhados de responsabilidade, tanto do ponto de vista regulatório quanto ético.

Em um cenário global de escrutínio crescente sobre as big techs, a forma como a empresa conduz essa transição pode definir sua posição no setor nos próximos anos.

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