Meta enfrenta FTC em julgamento que pode mudar o futuro do Instagram e WhatsApp
Em um embate histórico, a Comissão Federal de Comércio acusa a gigante das redes sociais de manter monopólio ilegal. Decisão pode remodelar o mercado digital

Começou no dia 14 de abril o aguardado julgamento entre a Meta — controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp — e a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC).
Durante cerca de dois meses, o juiz James Boasberg, do Tribunal Distrital de Washington, D.C., ouvirá os argumentos que podem determinar se a Meta abusou de sua posição dominante para monopolizar o mercado de redes sociais pessoais.
Segundo informações do portal The Verge, a FTC acusa a Meta de consolidar seu domínio por meio da compra estratégica do Instagram e do WhatsApp, em movimentos que teriam sufocado a concorrência e prejudicado a inovação no setor.
Este caso marca mais uma ofensiva importante no cenário antitruste norte-americano. Nos últimos anos, como já abordamos na SEO Lab, assistimos a processos semelhantes contra o Google, tanto em relação ao monopólio da publicidade online quanto às práticas ilegais no mercado de buscas.
Como chegamos até aqui?
A ação contra a Meta teve início em 2020, mas foi inicialmente rejeitada pelo próprio juiz Boasberg, que considerou as evidências insuficientes.
No entanto, a FTC voltou à carga com uma nova versão do processo, reforçada por detalhes mais robustos sobre o impacto das aquisições no mercado.
Agora, o tribunal não apenas julgará se houve violação da lei antitruste, mas também decidirá como eventuais danos poderão ser reparados.
A FTC defende que o Instagram e o WhatsApp sejam desmembrados da Meta, o que, se confirmado, representaria uma das maiores cisões corporativas da era digital.
Por que esse julgamento importa?
O desfecho deste processo pode estabelecer precedentes fundamentais para a regulação das Big Techs nos Estados Unidos e no mundo.
Recentemente, como discutimos também aqui na SEO Lab, a condenação do Google por práticas monopolistas nos EUA abriu caminho para um debate mais intenso sobre o papel das grandes plataformas no fluxo de informações e na concorrência.
A pressão sobre empresas como Meta e Google cresce à medida que surgem novas iniciativas — como o interesse da OpenAI em adquirir o Chrome — que indicam uma reconfiguração do mercado tecnológico em ritmo acelerado.
LEIA TAMBÉM: Se a OpenAI comprar o Chrome, a IA pode dominar a guerra dos navegadores
Quais os possíveis desdobramentos?
Se o juiz concluir que a Meta violou a lei antitruste, o próximo passo será discutir as medidas corretivas.
Isso pode incluir não apenas o desmembramento de suas principais aquisições, mas também restrições para futuras fusões e aquisições no setor.
Esse cenário levanta questionamentos sobre a sustentabilidade dos modelos de negócio baseados na coleta massiva de dados e na integração vertical de serviços.
Como já apontamos em outra análise no SEO Lab, a concentração extrema de poder em poucos players impacta diretamente a liberdade de escolha dos usuários e o dinamismo da inovação tecnológica.
O que vem a seguir
O julgamento da Meta deve se estender pelos próximos meses, com depoimentos de executivos, especialistas de mercado e acadêmicos.
A decisão, seja ela qual for, provavelmente será contestada em instâncias superiores, prolongando a disputa por anos.
Enquanto isso, outras investigações e processos continuam avançando em diversas jurisdições, sinalizando que a era de ouro da autorregulação das Big Techs pode estar definitivamente chegando ao fim.