Seu portal está seguro? As ameaças digitais que já estão mirando o setor de mídia

A era dos vírus que “apenas” travavam computadores ficou para trás. Hoje os ataques são sofisticados, automatizados e com motivação econômica direta.

Seu portal está seguro? As ameaças digitais que já estão mirando o setor de mídia

Rádios, TVs e sites de conteúdo estão na linha de frente dos ciberataques, e muitos nem perceberam ainda.

O mercado de mídia vive uma transformação constante: digitalização de acervos, transição para plataformas de streaming, integração com sistemas de publicidade programática, uso de dados de audiência em tempo real.

Mas com essa evolução também vem um efeito colateral preocupante: o setor de conteúdo tornou-se um alvo estratégico para ataques cibernéticos.

Segundo o 1º Panorama do Risco Cibernético no Brasil 2025, produzido pela Vultus Cybersecurity Ecosystem, o setor de "media & entertainment" está entre os mais visados por cibercriminosos. Seja por sua infraestrutura vulnerável, pela alta exposição pública ou pela quantidade de dados que transita diariamente em suas plataformas.

O novo perfil das ameaças digitais

A era dos vírus que “apenas” travavam computadores ficou para trás. Hoje os ataques são sofisticados, automatizados e com motivação econômica direta.

O ransomware, por exemplo — tipo de ataque que sequestra dados e exige resgate em criptomoeda — é um dos mais recorrentes no Brasil. Para veículos de mídia, isso pode significar a paralisação completa de operações editoriais, interrupção da monetização e até perda de reputação junto ao público e anunciantes.

O relatório mostra que o Brasil está entre os países mais atacados da América Latina. E, ainda mais grave, muitos grupos de mídia não possuem protocolos robustos para lidar com essas situações, o que amplia a vulnerabilidade e os danos em caso de invasão.

Portais e infraestruturas de publicação: alvos preferenciais

Veículos que publicam conteúdo digital — sejam portais de notícias, sites de TV ou rádios — utilizam sistemas como CMSs (WordPress, Joomla, Drupal), plugins de integração com redes sociais, adservers, scripts de analytics, CRMs de audiência e diversos componentes de terceiros. Cada ponto dessa cadeia pode ser uma brecha.

Além disso, a constante pressão por performance e agilidade na publicação acaba gerando comportamentos de risco: senhas fracas, credenciais compartilhadas por e-mail, uso de redes públicas para acesso remoto, ausência de autenticação em dois fatores, entre outros.

Monetização em risco

Se engana quem pensa que segurança cibernética não tem impacto direto na receita. Qualquer falha no portal impacta a monetização digital de maneira imediata. Um site fora do ar significa perda de impressões e cliques — ou seja, dinheiro.

O relatório da Vultus alerta para o aumento de ataques que comprometem áreas específicas de monetização, como servidores de anúncios e scripts de redirecionamento de tráfego.

Em alguns casos, o usuário é levado para páginas maliciosas, o que fere a credibilidade do veículo e pode levar à suspensão por parte de redes como Google AdSense.

Além disso, anunciantes e agências exigem cada vez mais garantias de ambiente seguro para veiculação de suas campanhas. Não ter um protocolo claro de segurança pode se tornar um fator de exclusão em negociações com grandes marcas.

Um chamado à ação para o setor de mídia

A maioria das emissoras de TV, rádios e grupos de conteúdo se esforça em melhorar sua performance, audiência e rentabilidade. No entanto, muitas ignoram um elo essencial da cadeia: a segurança da informação. E isso pode ser fatal.

É hora de colocar a cibersegurança como pauta prioritária nas reuniões de diretoria. Isso envolve:

  • Avaliação completa da infraestrutura tecnológica e de publicação;
  • Revisão de acessos e autenticação segura para todos os usuários;
  • Adoção de firewalls de aplicação e monitoramento de anomalias;
  • Treinamentos para equipes editoriais e técnicas sobre phishing e engenharia social;
  • Simulações periódicas de incidentes e revisão de planos de contingência.

Cibersegurança é uma pauta editorial?

Quanto mais os veículos tratam o tema com profundidade e transparência, mais reforçam sua imagem de confiabilidade junto ao público. Incluir cibersegurança na cobertura editorial também educa a audiência e eleva o papel social do jornalismo.

Visibilidade atrai, mas também expõe

Estar entre os maiores portais, entre os programas mais acessados ou liderar a audiência no streaming são metas louváveis — mas também tornam seu negócio mais visado por ameaças digitais. E o custo de não se preparar pode ser mais alto do que se imagina.

Fonte: https://ecosystem.vultuscyber.com.br/report-panorama-do-risco-cibernetico