Relevância é o novo rei: por que a pesquisa com IA exige mais do seu conteúdo do que boas práticas de SEO
Na era das Visões Gerais de IA, não basta estar bem posicionado, é preciso ser a escolha mais clara, direta e relevante para aparecer. Entenda como o jogo virou.
Durante muito tempo, a pergunta que norteava o trabalho de qualquer profissional de SEO era simples: “Em que posição estamos?”.
Subir para o topo era o objetivo, cair era motivo de alarde, às vezes até de desespero.
Mas com a ascensão das experiências de busca orientadas por inteligência artificial, essa lógica está sendo virada do avesso.
Agora, a grande questão é: nosso conteúdo é relevante o suficiente para ser incluído?
Não estamos mais falando apenas de ranking, mas de recuperação de informações, uma camada anterior à própria classificação.
Em ferramentas como o AI Overviews do Google ou o ChatGPT Browse, não há uma lista linear de links. O que há é um processo de seleção baseado em clareza, estrutura e alinhamento semântico com a intenção de busca.
Quem trouxe esse alerta foi a Search Engine Land, que detalhou como a IA está transformando a forma como as respostas são construídas.
E mais: como essa transformação exige uma reavaliação profunda do que entendemos por “otimização”.
Da posição 1 ao esquecimento: como a IA mudou o jogo da visibilidade
O SEO tradicional permitia, com certa frequência, que um conteúdo tecnicamente otimizado ultrapassasse outro mais relevante, especialmente se tivesse autoridade de domínio ou bons backlinks.
Com os LLMs (grandes modelos de linguagem), isso ficou no passado.
Agora, o que conta é ser facilmente compreendido e imediatamente útil para o modelo de IA que vai decidir se vale a pena incluir seu conteúdo num resumo gerado automaticamente.
E essa mudança está longe de ser teórica.
Aqui na SEO Lab, temos acompanhado de perto os impactos das Visões Gerais de IA nos resultados de busca.
Nos últimos dias, a gente discutiu que uma análise independente mostrou quedas de até 34,5% nos cliques em determinadas consultas. Isso porque o usuário encontra a resposta direto no topo, e nem precisa mais clicar.
Clareza e estrutura: os novos critérios de escolha
O conteúdo que aparece nas respostas da IA tem uma característica em comum: é direto, estruturado e usa a linguagem do usuário.
Não adianta florear ou apostar em sinônimos “criativos”. Títulos claros, listas, perguntas frequentes e frases como “em resumo” ou “passo a passo” funcionam como pistas para a IA identificar que aquela informação pode ser útil.
Essa tendência já vinha sendo notada desde a atualização de março do Google, que reduziu drasticamente a presença de páginas do top 10 nos trechos destacados pelas Visões Gerais.
Leia também: Google diz que Visões Gerais de IA elevam a qualidade dos cliques
Não é só sobre autoridade. É sobre ser claro.
Ser uma marca forte continua importante, claro. Mas autoridade sozinha não garante mais nada.
Se o conteúdo da sua página não for claro, direto e semanticamente alinhado à pergunta feita, ele simplesmente será ignorado.
E mesmo quando o conteúdo é excelente, ele ainda pode sofrer com um novo comportamento do usuário.
Como mostramos aqui em outra análise, o uso da IA aumentou o volume de acessos ao Google, mas reduziu o engajamento. Ou seja, menos cliques, menos tempo de permanência, menos páginas acessadas. Confira a análise completa aqui.
Então, como ser escolhido pela IA?
Se o foco agora é a recuperação, e não mais a classificação, a estratégia muda completamente. As dicas-chave incluem:
- Usar o mesmo vocabulário que seu público;
- Evitar “esconder” respostas em parágrafos longos;
- Apostar em listas, subtítulos, marcadores;
- Repetir conceitos de forma clara e direta;
- E, principalmente, deixar de pensar só em SEO técnico.
E se você ainda tem dúvidas sobre o impacto disso tudo na forma como buscamos e consumimos conteúdo, vale lembrar que o Google já negou oficialmente que a busca esteja perdendo relevância por causa da IA.
Mas o comportamento do usuário está mudando, e é nisso que você precisa prestar atenção.
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O futuro da otimização é sobre clareza, não sobre truques
Em resumo, a relevância se tornou o principal sinal de classificação no mundo das buscas orientadas por IA.
Não adianta mais tentar vencer por meio de hacks de SEO: ou o seu conteúdo é a melhor resposta, ou ele nem entra no jogo.
Ser “segundo melhor” agora é ser invisível.
