Quer aparecer nas Visões Gerais de IA? Estudo mostra quem está sendo citado (e quem foi ignorado)

Novo levantamento analisa 8 mil respostas de IA e mostra como sites estão sendo escolhidos por ferramentas como Gemini, ChatGPT, Perplexity e AI Overviews. Spoiler: cada uma tem seus preferidos

Quer aparecer nas Visões Gerais de IA? Estudo mostra quem está sendo citado (e quem foi ignorado)
Ferramentas de IA generativa estão mudando a lógica de visibilidade online — e exigindo novas estratégias de SEO e conteúdo. Créditos: Reprodução/Search Engine Land,

A corrida pela visibilidade online acaba de ganhar um novo campo de batalha: os mecanismos de resposta por inteligência artificial.

ChatGPT, Gemini, Perplexity e até os AI Overviews do Google estão reformulando não só como os usuários acessam informações, mas também quem aparece nas respostas.

E agora temos dados concretos sobre isso. Segundo uma análise da Rankscale.ai, publicada originalmente pelo Search Engine Land, quase 8.000 citações únicas em 57 buscas feitas nesses mecanismos foram monitoradas.

O objetivo: entender quais sites essas IAs estão usando como fonte — e por quê.

Leia também: ChatGPT domina buscas com IA e acelera mudança no mercado

Cada IA tem seus “queridinhos”

O estudo mostrou que não existe uma regra única: cada sistema prioriza fontes diferentes.

O ChatGPT, por exemplo, é mais conservador e tende a citar sites de alta autoridade, como Wikipédia, Reuters e FT.

Já o Gemini aposta numa mistura: de YouTube a blogs especializados. O Perplexity gosta dos experts do nicho, como NerdWallet e Investopedia.

E o AI Overviews do Google… bom, esse joga em todos os lados — até Reddit entra no bolo.

Esses dados ajudam a entender o movimento que já estamos acompanhando por aqui.

Em uma análise recente publicada aqui na SEO Lab, mostramos que o uso de Visões Gerais de IA no Google está tirando tráfego direto dos sites — com queda de até 34,5% nos cliques em certos casos.

Agora, o foco se desloca para outra pergunta: como se tornar uma das fontes preferidas dessas respostas?

Veja também: Relevância é o novo rei: por que a pesquisa com IA exige mais do seu conteúdo do que boas práticas de SEO

SEO para IA: como se posicionar nas novas vitrines

ChatGPT (GPT-4o)

  • Foco em credibilidade.
  • Cita majoritariamente Wikipédia (27%) e grandes veículos.
  • Evita blogs, fóruns e UGC.
  • Estratégia: ser mencionado por fontes neutras, confiáveis e de autoridade.

Google Gemini (2.0 Flash)

  • Faz um mix entre institucional e conteúdo produzido por usuários.
  • Usa YouTube, Zapier, Forbes e blogs técnicos.
  • Estratégia: combinar blog útil, tutoriais e presença em veículos de mídia.

Perplexity (modo Sonar)

  • Vai nos especialistas.
  • Gosta de sites nichados e fontes como Investopedia e Consumer Reports.
  • Estratégia: crie conteúdo denso, com foco técnico e comparativos sólidos.

Google AI Overviews

  • É o mais plural e imprevisível.
  • Reddit, LinkedIn e páginas profundas lideram.
  • 82,5% das citações vêm de páginas internas, não da homepage.
  • Estratégia: aposte em conteúdo específico e atualizações constantes.

Essa pluralidade de fontes já tinha sido identificada em outro conteúdo da SEO Lab, que mostrou como as Visões Gerais de IA no Google ampliaram o número de acessos à busca — mas reduziram o engajamento.

Os dados do novo estudo confirmam: a exposição aumentou, mas a atenção está cada vez mais fragmentada.

Intenção de busca muda tudo: B2C x B2B

Outro ponto importante: a natureza da busca influencia fortemente as fontes citadas pelas IAs.

B2C — consumo direto

Consultas como "melhor smartwatch" ou "hoteis em Lisboa" puxam fontes como YouTube, Reddit, PCMag, TripAdvisor e Wikipédia.

B2B — serviços e soluções empresariais

Buscas como "CRM para pequenas empresas" ativam citações de blogs de fornecedores, publicações do setor, LinkedIn, Clutch.co e relatórios especializados.

Isso reforça o que o próprio Google afirmou recentemente: a qualidade dos cliques melhorou nas buscas com IA, especialmente em contextos mais técnicos e orientados a decisão.

Os 5 principais domínios citados por modelo de IA, por divisão B2B/B2C (Rankscale.ai)

Monetização e autoridade: o novo campo de disputa

Para quem trabalha com conteúdo, SEO e monetização, esse novo cenário exige adaptação imediata.

As estratégias tradicionais — rankear bem na SERP e esperar o clique — já não bastam. Agora, é preciso:

  • Aparecer nas fontes que a IA escuta.
  • Produzir conteúdo com profundidade, propósito e atualização constante.
  • Buscar citações em canais de terceiros confiáveis.

Se as IAs passam a intermediar a busca, ser citado por elas se torna o novo “primeiro lugar” do Google.

E nesse sentido, o que está em jogo não é só visibilidade: é autoridade, tráfego qualificado e potencial de conversão.

Como já discutimos em outra matéria da SEO Lab, o Google insiste que a busca não está perdendo espaço.

Mas na prática, o campo de jogo está mudando — e as regras também.

Apareça onde as máquinas estão olhando

A pesquisa da Rankscale não deixa dúvidas: as respostas por IA não são neutras.

Elas são curadas, moldadas por critérios específicos — e entender isso é essencial para quem quer continuar visível.

Mais do que lutar por cliques, agora é hora de lutar por presença nas respostas.

E isso passa por uma mudança de mentalidade: menos foco na posição na SERP, mais foco na construção de autoridade real.