Por que os padrões da web são importantes para o SEO? Google explica as boas práticas
Especialistas do Google explicam como decisões técnicas impactam diretamente a performance de sites nos mecanismos de busca.

No universo do SEO técnico, cada detalhe conta — inclusive aqueles que passam despercebidos para a maioria dos usuários.
Em um bate-papo recente no podcast Search Off The Record, os Googlers Gary Illyes e Martin Splitt trouxeram à tona uma discussão importante (e muitas vezes ignorada): a padronização dos protocolos da web e sua relação direta com a performance nos mecanismos de busca.
As informações compartilhadas foram detalhadas pelo Search Engine Journal, e ajudam a entender por que algumas diretrizes se tornam padrões formais, enquanto outras seguem operando de maneira informal — e como isso impacta o trabalho de quem otimiza sites diariamente.
Robots.txt e Sitemaps: dois pesos, duas medidas
Você já se perguntou por que o robots.txt foi oficialmente padronizado, mas os sitemaps não?
A resposta envolve prioridades técnicas e a necessidade de evitar interpretações equivocadas.
Segundo Gary Illyes, o robots.txt foi formalizado via Internet Engineering Task Force (IETF) porque sua leitura variava bastante entre diferentes plataformas.
“Com o sitemap, é como ‘eh’... é um arquivo XML simples, e não há muito que possa dar errado com ele”, explicou.
Essa distinção revela a lógica do Google: quando há risco de mal-entendidos ou falhas, o esforço para padronizar é maior.
E isso faz toda a diferença para o SEO técnico.
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O que muda com a padronização?
A oficialização do robots.txt trouxe benefícios práticos para desenvolvedores e especialistas em SEO:
Interpretação mais consistente
Com diretrizes claras, os arquivos passaram a ser lidos da mesma forma por diferentes rastreadores e mecanismos de busca.
Código aberto ao alcance de todos
A padronização permitiu que o Google abrisse o código do seu analisador de robots.txt.
Isso não só aumentou a transparência, como incentivou a criação de ferramentas baseadas no padrão.
Mais previsibilidade e menos erro
Com um protocolo padronizado, os profissionais de SEO têm menos dúvidas sobre como configurar os arquivos corretamente.
Como disse Illyes: “há menos pressão sobre os proprietários de sites tentando descobrir como escrever os malditos arquivos”.
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Bastidores da criação dos padrões da web
A conversa também abordou o processo (nada simples) de construção desses padrões.
Entidades como o IETF, o W3C e o WHATWG trabalham em conjunto — e publicam documentos que, muitas vezes, levam anos para serem finalizados.
“Você precisa mostrar que aquilo em que está trabalhando realmente funciona. Há muitas iterações... o que torna o processo muito lento — mas por um bom motivo”, destacou Illyes.
E o mais interessante? Qualquer pessoa pode participar.
Isso significa que especialistas em SEO, desenvolvedores e até entusiastas podem colaborar ativamente na criação das regras que moldam a internet.
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Segurança também entra na conta
Padrões da web não dizem respeito apenas à organização do conteúdo, mas também à segurança digital.
Ao desenvolver o protocolo do robots.txt, por exemplo, o Google limitou o tamanho dos arquivos a 500 KB para evitar possíveis ataques.
“Quando leio um rascunho, penso em como exploraria o que o padrão descreve”, revelou Illyes — mostrando o nível de cuidado que vai por trás dessas diretrizes técnicas.
O que isso significa para quem trabalha com SEO?
Se você é profissional de SEO, desenvolvedor ou responsável por sites, aqui vão algumas estratégias práticas com base nos insights do Google:
- Seja preciso e cuidadoso ao configurar o robots.txt, pois ele é um padrão formal e altamente valorizado pelos mecanismos de busca.
- Use o analisador de robots.txt de código aberto do Google para validar suas configurações.
- Lembre-se que os sitemaps continuam úteis, mas com maior margem para liberdade e interpretação.
- Considere se envolver nos grupos que definem padrões da web — é uma chance de influenciar diretamente o futuro do SEO técnico.