Nova pesquisa mostra que 90% dos compradores B2B clicam em citações nas Visões Gerais de IA do Google

Estudo revela que as AI Overviews estão impulsionando a checagem de fontes, mesmo com queda geral nos cliques. Especialistas apontam como isso pode redefinir sua estratégia de conteúdo e SEO

Nova pesquisa mostra que 90% dos compradores B2B clicam em citações nas Visões Gerais de IA do Google
Relatório mostra que o algoritmo está menos preso ao ranking tradicional e mais atento à utilidade e clareza do conteúdo. Créditos: Freepik.

Uma nova pesquisa da TrustRadius mostra um dado surpreendente: 90% dos compradores B2B clicam nas fontes citadas nos resumos gerados pela inteligência artificial do Google, as chamadas AI Overviews.

O número vai na contramão da percepção comum de que estamos vivendo uma era sem cliques.

De fato, os resumos gerados por IA têm sido apontados como uma das causas para a queda no tráfego de sites.

No entanto, como já mostramos nesta análise do SEO Lab sobre a queda do tráfego e o novo SEO do Google, a preocupação com cliques precisa ser reinterpretada: o volume está caindo, mas a qualidade do tráfego está subindo.

Segundo o relatório, 72% dos compradores já se depararam com resumos da IA nas buscas, e muitos os usam como ponto de partida — e não como resposta final.

Isso mostra que o comportamento do usuário está evoluindo, especialmente no setor B2B, onde a verificação de fonte e autoridade do conteúdo são essenciais para decisões de compra.

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Citação é o novo primeiro lugar?

Enquanto muitos ainda estão focados em conquistar posições no topo do Google, o comportamento do usuário está sinalizando outra prioridade: estar entre as fontes citadas pela IA. E isso exige outro tipo de otimização.

Em março de 2024, o Google passou a exibir menos páginas do Top 10 tradicional nas Visões Gerais, priorizando páginas que oferecem respostas diretas e confiáveis, mesmo que estejam fora das posições mais altas.

Isso mostra que o algoritmo está menos preso ao ranking tradicional e mais atento à utilidade e clareza do conteúdo.

O resultado? Sites bem estruturados, com linguagem clara, dados e respostas diretas têm mais chance de serem citados nos resumos do que sites que apenas ranqueiam bem.

Até recentemente, uma das principais críticas às AI Overviews era o fato de que os links das fontes ficavam escondidos ou pouco visíveis. Mas o Google parece estar reagindo às críticas: em abril, a empresa oficializou a exibição de links clicáveis nas Visões Gerais, como mostramos nesta matéria do SEO Lab.

Agora, além de exibir as fontes, o Google também oferece opções de aprofundamento em temas relacionados, incentivando o usuário a seguir pesquisando — o que reforça o papel das Visões Gerais como porta de entrada, e não como ponto final da jornada.

Do tráfego de massa ao tráfego qualificado

O que está emergindo é uma nova lógica: menos cliques, mas cliques melhores.

Como sintetizou Kevin Indig no relatório da TrustRadius:

“A era do tráfego de volume acabou. Mas o tráfego que ainda chegará será de melhor qualidade.”

Na prática, isso significa que o foco do SEO passa a ser:

  • Atrair o usuário certo, no momento certo;
  • Estar onde a IA procura suas fontes;
  • Construir autoridade a ponto de ser citado como referência, e não só encontrado por palavras-chave.

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E agora, como adaptar sua estratégia de conteúdo?

Para que sua marca esteja entre as fontes confiáveis da IA, algumas ações são fundamentais:

  • Crie conteúdos públicos, acessíveis e bem estruturados;
  • Responda dúvidas comuns com clareza e embasamento;
  • Use dados, comparações e exemplos práticos sempre que possível;
  • Otimize suas páginas pensando em legibilidade, contexto e autoridade.

Em outras palavras: o conteúdo precisa ser pensado tanto para o leitor qanto para a IA.

A boa notícia é que o esforço por qualidade continua sendo recompensado — só que, agora, de novas maneiras.

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Conclusão: você está entre os citados?

As Visões Gerais de IA não são o fim do tráfego — são uma reconfiguração.

O tráfego orgânico não morreu, mas ele mudou de endereço. E hoje, esse endereço passa pela confiança da IA.

A pergunta-chave agora não é mais “estou na primeira página?”, mas sim:
“Estou entre as fontes que o Google considera dignas de citação?”