Meta tenta encerrar processo antitruste antes do fim do julgamento e diz que FTC ignora concorrência realc

Empresa argumenta que TikTok e outras plataformas desmentem acusação de monopólio e pede que juiz rejeite o caso da FTC antes mesmo de apresentar sua defesa

Meta tenta encerrar processo antitruste antes do fim do julgamento e diz que FTC ignora concorrência realc
Mark Zuckerberg, CEO da Meta, é o centro de mais uma batalha judicial nos EUA, agora tentando acelerar o fim de um julgamento que questiona as aquisições do Instagram e WhatsApp. Créditos: Unsplash.

A Meta pediu formalmente ao juiz que encerre o processo antitruste movido pela Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC), alegando que o governo não apresentou provas suficientes de que a empresa monopoliza o mercado de redes sociais.

A moção foi protocolada logo após a FTC encerrar sua argumentação no tribunal distrital de Washington, após cinco semanas de julgamento.

As informações são do The Verge, que acompanha o desenrolar do caso.

Segundo a publicação, a Meta argumenta que o processo falha em demonstrar práticas anticompetitivas e, principalmente, não comprova que as aquisições do Instagram e do WhatsApp foram motivadas pela intenção de eliminar rivais do mercado.

Esse julgamento é um dos mais importantes já enfrentados pela empresa, e nós já discutimos isso por aqui, quando destacamos como a disputa com a FTC pode mudar o futuro do Instagram e do WhatsApp, dois pilares do ecossistema digital da Meta.

Defesa busca acelerar decisão judicial

O pedido da Meta é por um “julgamento por conclusões parciais”, instrumento jurídico que permite ao juiz decidir sobre o mérito antes que todas as fases do julgamento se concluam.

O objetivo da empresa é bem claro: evitar mais semanas de exposição e pressão.

“A FTC não cumpriu o padrão legal exigido pela lei antitruste”, declarou o porta-voz da empresa, Christopher Sgro.

Para ele, o órgão ignora o atual cenário competitivo, onde a Meta disputa atenção com plataformas como TikTok, YouTube e o X (ex-Twitter).

“Vamos mostrar o que qualquer jovem de 17 anos já sabe: o Instagram compete diretamente com o TikTok”, disse.

Antes mesmo de apresentar esse pedido, a Meta já vinha se movimentando nos bastidores.

Como mostramos recentemente, a empresa buscou apoio de críticos conservadores às vésperas do julgamento, uma tentativa de se fortalecer politicamente diante da pressão regulatória.

TikTok, concorrência e o mercado real

O cerne da crítica da Meta é a definição de mercado apresentada pela FTC: a de que a empresa domina os “serviços de redes sociais pessoais”, voltados ao compartilhamento com amigos e familiares.

A Meta rebate dizendo que esse conceito ignora completamente o impacto de concorrentes reais, como o TikTok, que tem roubado a cena (e os usuários) nos últimos anos.

Durante o julgamento, a FTC trouxe à tona depoimentos de nomes como Kevin Systrom, cofundador do Instagram, que relatou frustrações com a venda da empresa.

Em contrapartida, o atual CEO da rede, Adam Mosseri, defendeu a integração da plataforma ao grupo da Meta, com uma visão bem mais otimista.

No argumento central da empresa, a acusação não conseguiu demonstrar os elementos clássicos de um monopólio: ausência de competição, redução da qualidade ou impossibilidade de entrada de novos players.

A briga está só começando, e não só para a Meta

Apesar do pedido para encerrar o julgamento, o caso segue adiante, e a Meta deve apresentar sua defesa nos próximos dias.

O que está em jogo vai além da legalidade de aquisições passadas: trata-se de uma disputa sobre como definir “poder de mercado” num ambiente digital que muda o tempo todo.

E esse não é um caso isolado. Como também noticiamos na SEO Lab, o Google enfrenta uma batalha semelhante (com julgamento iniciado em setembrosob a acusação de monopolizar a publicidade digital.

Ou seja, estamos diante de um momento decisivo para as Big Techs, que precisam não apenas se explicar, mas também defender seus modelos de negócios diante de uma nova era regulatória.

Veja também: Google vai a julgamento em setembro por monopólio na publicidade digital