Meta impõe novas restrições para adolescentes no Facebook e Messenger
Menores de 18 anos terão mais proteção contra conteúdo impróprio e mensagens indesejadas, mas críticos afirmam que as medidas ainda são insuficientes

A Meta anunciou uma série de novas restrições para adolescentes no Facebook e no Messenger, com o objetivo de limitar o contato com estranhos e filtrar conteúdos impróprios.
A medida, que inclui o lançamento das chamadas "Contas de Adolescentes", busca oferecer mais segurança digital a jovens e tranquilidade aos pais.
Segundo informações do TechCrunch, menores de 18 anos serão automaticamente inscritos nessas contas, que incluem controles de privacidade mais rígidos, filtros de conteúdo e limitações no tempo de uso.

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O que muda com as Contas de Adolescentes
A Meta explicou que os adolescentes só poderão receber mensagens diretas de pessoas com quem já interagiram — seja por troca de mensagens ou por vínculo de seguidores. Além disso:
- Apenas amigos poderão ver e responder às histórias dos adolescentes;
- Marcações, menções e comentários serão limitados à rede de contatos;
- Notificações sugerem pausas no uso após uma hora contínua;
- Durante a noite, os apps entram automaticamente em "modo silencioso".
Para menores de 16 anos, a permissão dos pais será obrigatória para flexibilizar essas configurações.
Restrições também valem para transmissões e conteúdo visual
Na atualização mais recente, a Meta bloqueou transmissões ao vivo para menores de 16 anos e adicionou filtros que desfocam imagens com suspeita de conter nudez.
Também foi incluída uma proteção contra o recebimento de imagens indesejadas, como forma de evitar assédio ou exposição a conteúdo impróprio.
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Medidas já estavam no Instagram
O Instagram recebeu proteções similares no ano passado. Por lá, os pais podem:
- Ver as contas com quem os filhos conversam;
- Definir limites de tempo diário;
- Bloquear o uso do app em horários específicos.

Essas mudanças vieram na esteira de pressões de autoridades e especialistas, preocupados com o impacto das redes sociais na saúde mental dos jovens.
Críticas ao modelo de negócio da Meta
Apesar dos avanços, críticos dizem que as mudanças não são suficientes.
Segundo o TechCrunch, 97% dos adolescentes de 13 a 15 anos mantiveram as restrições ativadas desde que foram implementadas em 2023, e 94% dos pais as consideram úteis.
Ainda assim, grupos de segurança digital insistem que a proteção é limitada diante dos riscos reais.
No ano passado, o cirurgião-geral dos EUA, Vivek Murthy, sugeriu um rótulo de advertência similar ao de cigarros nos aplicativos de redes sociais, devido à relação com casos de depressão e ansiedade entre adolescentes.
Além disso, uma coalizão de procuradores-gerais estaduais processou a Meta por supostamente explorar ferramentas viciantes para manter crianças engajadas, priorizando lucro em detrimento da saúde mental.
“A Meta pode lançar quantos recursos 'focados em crianças' ou 'adolescentes' quiser, mas isso não mudará o fato de que seu principal modelo de negócio é baseado em lucrar e encorajar crianças e adolescentes a se tornarem viciados em seus produtos”, afirmou Sacha Haworth, do Tech Oversight Project, ao The Post.
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