Meta amplia número de funcionários com baixa avaliação de desempenho e acende alerta sobre prioridades nas áreas de mídia e conteúdo

Nova rodada de avaliações mostra que a empresa continua pressionando por entregas e cortes internos, mesmo após demissões em massa no início do ano; Isso tem implicações diretas para quem trabalha com mídia, conteúdo e campanhas digitais.

Meta amplia número de funcionários com baixa avaliação de desempenho e acende alerta sobre prioridades nas áreas de mídia e conteúdo
A empresa reforça a gestão de desempenho para otimizar equipes, sinalizando mudanças que podem impactar profissionais de marketing digital, SEO e produção de conteúdo. Imagem: Divulgação/Meta

A Meta voltou a apertar o cerco na gestão de desempenho. A empresa está orientando gestores a aumentar a proporção de funcionários classificados como “abaixo das expectativas” nas avaliações de meio de ano.

Em times com mais de 150 pessoas, o novo padrão é que até 20% dos colaboradores fiquem no nível mais baixo da escala, segundo um memorando interno revelado pelo Business Insider. No ano passado, essa faixa estava entre 12% e 15%.

Esse endurecimento segue uma estratégia que começou em 2022 e que já teve impacto direto na força de trabalho, só neste ano, quase 4 mil pessoas foram demitidas.

A novidade agora é que mesmo quem já saiu entra nas contas, sob o rótulo interno de "atrito não lamentável", um termo usado para descrever quem, na visão da Meta, já não fazia diferença para os resultados.

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O que isso muda para quem trabalha com marketing e conteúdo

Pode parecer um assunto interno de RH, mas não é. Quem produz campanhas, roda mídia paga ou cria conteúdo digital precisa entender o que está por trás dessas decisões.

Na prática, elas sinalizam mudanças no foco da empresa e nas entregas esperadas das plataformas.

Com times internos menores e mais pressionados, o ritmo de mudanças pode acelerar, e o suporte, desacelerar.

Isso afeta diretamente quem depende do gerenciador de anúncios, das APIs, das diretrizes de conteúdo ou de atualizações nos produtos da Meta. Menos margem de erro e mais pressão por performance não valem só para os funcionários da empresa.

IA e eficiência no centro da estratégia

Como mostramos recentemente nesta análise, a Meta vem apostando alto em inteligência artificial para manter sua vantagem competitiva.

A reorganização interna faz parte disso. Ao enxugar estruturas, a empresa busca liberar recursos para investir em engenharia e machine learning.

Essas mudanças também têm reflexo nos algoritmos e produtos. Plataformas mais automatizadas, com mais decisões entregues à IA, vão exigir dos profissionais de marketing mais capacidade de análise estratégica, leitura de contexto e diferenciação de marca.

A “gestão de desempenho” não está só no RH da Meta — ela chega à performance de quem anuncia, impulsiona e publica dentro do ecossistema.

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Big techs seguem ajustando o jogo

Esse movimento não é isolado. A Microsoft cortou 6 mil cargos neste mês. O Google reduziu em 10% a sua alta gerência.

Todas estão revisando o tamanho das equipes para aumentar a proporção de engenheiros em relação a cargos de gestão. Como você viu por aqui, a Meta também tem tentado frear processos e investigações nos EUA, o que reforça a pressão sobre os resultados financeiros e operacionais.

Em resumo: estamos diante de um cenário em que menos pessoas, mais tecnologia e decisões rápidas definem o novo normal das plataformas digitais. Se você trabalha com isso, melhor se antecipar.

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