IA com propósito: empresas que focam no cliente são as que vão sobreviver no longo prazo
Investidor aposta em negócios que usam IA para resolver problemas reais — e não apenas seguir a hype do momento

A inteligência artificial está se tornando parte do cotidiano de forma irreversível. Mas em meio a tantas promessas e investimentos bilionários, surge uma pergunta essencial: o que faz uma empresa de IA ser realmente bem-sucedida?
Para o investidor Gregg Fisher, fundador da Quent Capital, a resposta passa longe do hype de Wall Street — e muito perto do bom e velho foco no cliente.
“Concentre-se no cliente, resolva seus problemas. Esteja você usando IA ou não, provavelmente terá sucesso”, diz ele em entrevista à Forbes.
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Fisher acredita que os negócios mais promissores são aqueles que enxergam na IA uma ferramenta para resolver dores reais da sociedade — não apenas uma tendência tecnológica.
Ele cita como exemplo a Butterfly Networks, empresa que desenvolveu uma máquina de ultrassonografia portátil de US$ 2.000, alimentada por energia solar e conectada a smartphones.
Graças à IA e à conectividade via satélite, esse dispositivo pode ser usado até mesmo nas regiões mais remotas do mundo, oferecendo diagnósticos com precisão médica.
“Isso não tem nada a ver com a Nvidia”, resume Fisher, destacando que o verdadeiro impacto da IA está em sua aplicação prática e acessível.
Sem foco em usabilidade, clareza e solução de problemas concretos, a inovação se torna apenas um verniz — bonito por fora, mas vazio por dentro.
Fisher também aponta que as empresas vencedoras serão aquelas que usam IA como meio para entregar valor, e não como um fim em si.
Essa lógica já começa a se refletir em ferramentas que impactam diretamente a criação de conteúdo — como no caso da Adobe, que nesta semana anunciou a integração da IA generativa ao Premiere Pro, prometendo acelerar e simplificar tarefas de edição de vídeo. Uma iniciativa que, claramente, parte da escuta ativa dos usuários e de suas necessidades no fluxo criativo.
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Segundo Fisher, o que diferencia empresas duradouras como Amazon, Google ou Microsoft de outras que ficaram pelo caminho — como a AOL — é justamente essa capacidade de pensar como empreendedores:
“Quais são os problemas do mundo que podemos resolver com tecnologia?”, ele provoca.
A resposta está nas empresas que colocam o cliente no centro da equação.