IA com propósito: empresas que focam no cliente são as que vão sobreviver no longo prazo

Investidor aposta em negócios que usam IA para resolver problemas reais — e não apenas seguir a hype do momento

IA com propósito: empresas que focam no cliente são as que vão sobreviver no longo prazo
Por essa ótica, os os negócios mais promissores seria, aqueles que enxergam na IA uma ferramenta para resolver dores reais da sociedade. Créditos: Pixabay.

A inteligência artificial está se tornando parte do cotidiano de forma irreversível. Mas em meio a tantas promessas e investimentos bilionários, surge uma pergunta essencial: o que faz uma empresa de IA ser realmente bem-sucedida?

Para o investidor Gregg Fisher, fundador da Quent Capital, a resposta passa longe do hype de Wall Street — e muito perto do bom e velho foco no cliente.

“Concentre-se no cliente, resolva seus problemas. Esteja você usando IA ou não, provavelmente terá sucesso”, diz ele em entrevista à Forbes.

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Fisher acredita que os negócios mais promissores são aqueles que enxergam na IA uma ferramenta para resolver dores reais da sociedade — não apenas uma tendência tecnológica.

Ele cita como exemplo a Butterfly Networks, empresa que desenvolveu uma máquina de ultrassonografia portátil de US$ 2.000, alimentada por energia solar e conectada a smartphones.

Graças à IA e à conectividade via satélite, esse dispositivo pode ser usado até mesmo nas regiões mais remotas do mundo, oferecendo diagnósticos com precisão médica.

“Isso não tem nada a ver com a Nvidia”, resume Fisher, destacando que o verdadeiro impacto da IA está em sua aplicação prática e acessível.

Sem foco em usabilidade, clareza e solução de problemas concretos, a inovação se torna apenas um verniz — bonito por fora, mas vazio por dentro.

Fisher também aponta que as empresas vencedoras serão aquelas que usam IA como meio para entregar valor, e não como um fim em si.

Essa lógica já começa a se refletir em ferramentas que impactam diretamente a criação de conteúdo — como no caso da Adobe, que nesta semana anunciou a integração da IA generativa ao Premiere Pro, prometendo acelerar e simplificar tarefas de edição de vídeo. Uma iniciativa que, claramente, parte da escuta ativa dos usuários e de suas necessidades no fluxo criativo.

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Segundo Fisher, o que diferencia empresas duradouras como Amazon, Google ou Microsoft de outras que ficaram pelo caminho — como a AOL — é justamente essa capacidade de pensar como empreendedores:

“Quais são os problemas do mundo que podemos resolver com tecnologia?”, ele provoca.

A resposta está nas empresas que colocam o cliente no centro da equação.