Google registra nova patente para buscas com base no histórico pessoal do usuário

Tecnologia permitiria usar linguagem cotidiana para recuperar e-mails e páginas já acessadas, mesmo sem lembrar os detalhes

Google registra nova patente para buscas com base no histórico pessoal do usuário
Proposta permitir que os usuários façam buscas usando linguagem natural, mesmo quando não se lembram exatamente do que viram ou onde viram. Créditos: Freepik.

O Google registrou uma nova patente que pode transformar a forma como buscamos informações que já vimos antes — seja em páginas da web ou em e-mails.

A proposta é simples, mas poderosa: permitir que os usuários façam buscas usando linguagem natural, mesmo quando não se lembram exatamente do que viram ou onde viram.

Segundo o Search Engine Journal, a patente descreve um sistema capaz de pesquisar no histórico de navegação e no e-mail pessoal do usuário, com suporte para interações por voz ou texto.

A tecnologia pode ser aplicada em mecanismos de busca, assistentes virtuais e até interfaces de e-mail.

Essa é mais uma das atualizações por IA que a empresa vem fazendo. Recentemente discutimos o investimento que expande o Modo IA e permite buscas complexas a partir de imagens.

Batizada de "Gerando Respostas de Consulta a Partir do Histórico de um Usuário", a patente busca resolver um problema comum:

“Um problema que muitas pessoas enfrentam é que conseguem se lembrar do que viram, mas não conseguem se lembrar de onde viram ou como encontraram”, explica o texto.

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Linguagem cotidiana e resultados do histórico

Com essa nova abordagem, o usuário pode fazer perguntas do tipo: “Qual foi o artigo que li semana passada sobre xadrez?” — e o sistema será capaz de buscar a resposta no histórico pessoal, mesmo que a formulação seja vaga ou coloquial.

O diferencial da tecnologia está na sua capacidade de entender esse tipo de consulta vaga e transformá-la em uma busca eficiente.

O sistema primeiro classifica a intenção da pergunta e depois aplica filtros como data, tópico ou até o dispositivo usado na época.

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A classificação é feita com base em “análise semântica e limiares de similaridade”, comparando a pergunta do usuário com padrões de buscas semelhantes.

A busca não precisa ser exata: o sistema avalia se a consulta é “suficientemente parecida” com frases conhecidas de quem está tentando lembrar algo que já viu.

Filtros por tempo, tópico e dispositivo

Depois que o sistema entende a intenção do usuário, ele aplica filtros que ajudam a localizar o conteúdo desejado no histórico pessoal.

O filtro de tempo, por exemplo, é interpretado com certa flexibilidade. A patente descreve essa imprecisão de forma direta:

“Uma qualidade interessante do filtro de tempo é que ele é aplicado com um certo nível de imprecisão […] ele não faz uma busca literal dos últimos sete dias, mas a expande para um período de tempo mais longo.”

Assim, frases como “semana passada” ou “alguns dias atrás” são traduzidas para uma janela temporal um pouco mais ampla.

Os resultados exibidos, inclusive, podem trazer a página exatamente como o usuário a viu no momento da visita, por meio de uma versão em cache.

Ainda segundo o Search Engine Journal, o sistema é capaz de “recuperar apenas documentos da coleção que satisfaçam esses filtros, ou seja, documentos que o usuário acessou na semana anterior e que se relacionam a uma ‘história de xadrez’”.

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Para onde isso aponta?

A patente ainda não representa uma funcionalidade ativa nos produtos do Google, mas aponta para o avanço contínuo da empresa em tornar suas ferramentas mais personalizadas e inteligentes — especialmente no uso de IA para entender contextos mais sutis e pessoais.

O foco em buscas baseadas no histórico pessoal pode ter implicações importantes tanto para a privacidade quanto para a usabilidade futura de serviços como o Google Search e o Gmail.