Google reforça combate a conteúdo raso: novas diretrizes para avaliadores focam em intenção, originalidade e esforço

Nova versão das diretrizes para avaliadores destaca conteúdos com pouca originalidade, criados apenas para gerar lucro, como exemplos de baixa qualidade, reforçando o alerta contra o uso indiscriminado de IA

Google reforça combate a conteúdo raso: novas diretrizes para avaliadores focam em intenção, originalidade e esforço
Mudanças mostram a forma como os avaliadores devem identificar páginas de baixa qualidade. Créditos: pexels.

As Diretrizes de Avaliação de Qualidade de Pesquisa do Google foram atualizadas e trazem mudanças importantes, especialmente na forma como os avaliadores devem identificar páginas de baixa qualidade.

O documento, usado internamente por quem avalia os resultados do buscador, não afeta diretamente o ranqueamento, mas oferece sinais claros sobre o que o Google considera valioso ou descartável, algo que temos discutido bastante aqui na SEO Lab.

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Intenção por trás do conteúdo agora pesa mais

Uma das mudanças mais relevantes está na seção 4.0, que trata das páginas de menor qualidade.

A nova versão pede que os avaliadores observem a motivação do editor: páginas criadas apenas para gerar receita, sem real benefício ao usuário, devem receber a classificação mais baixa possível.

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Isso se alinha ao que nós, aqui na SEO Lab, já discutimos sobre o uso de IA generativa: se o conteúdo é criado só para ocupar espaço ou explorar palavras-chave, sem autoridade ou confiabilidade, o Google pode penalizar. Leia mais sobre isso aqui.

Conteúdo sem esforço ou originalidade está na mira

A nova redação também reforça que páginas com conteúdo criado com pouco esforço, sem originalidade ou sem valor adicional em relação aos concorrentes são exemplos de baixa qualidade.

Isso inclui textos copiados, gerados automaticamente ou simplesmente derivados de análises de concorrência, como o popular (e agora questionado) método de análise de lacunas de conteúdo.

O recado é claro: não basta “fazer melhor”, é preciso ser diferente e útil. Copiar temas populares e replicar tópicos comuns — com gráficos mais bonitos ou mais palavras — não é mais suficiente.

Recentemente, aqui na SEO Lab, nós mostramos como funciona o processo de criação de Experiência, Especialização, Autoridade e Confiabilidade, o chamado E-E-A-T, levando em conta o que John Mueller, do Google, explicou a respeito de mitos e verdades sobre a produção de conteúdos de valor para o usuário.

Detecção de conteúdo automatizado e penalizações

Além disso, o reforço nas diretrizes também se conecta com outro ponto que o SEO Lab já trouxe: a detecção de conteúdo gerado por IA.

Segundo especialistas, o Google tem refinado seus sistemas para identificar textos criados sem intervenção humana real, mesmo que estejam bem formatados. Veja aqui como os detectores de IA funcionam e como isso impacta o SEO.

A lógica é simples: se não há esforço humano perceptível, não há valor agregado. E, agora, isso está escrito nas diretrizes para avaliadores.

O que muda na prática para quem cria conteúdo

As novas diretrizes reforçam uma mensagem que o Google tem repetido em eventos como o Search Central Live: conteúdo bom é conteúdo feito de pessoas para pessoas.

A recomendação não é abandonar a monetização, mas garantir que ela não seja o único propósito da página.

Em vez de focar no que está faltando no site do concorrente, a sugestão é olhar para as fraquezas do concorrente e para os pontos fortes do seu próprio site.

Isso ajuda a construir um conteúdo com diferenciação real — e que pode se destacar organicamente.

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