Google reduz mínimo de listas de clientes na Pesquisa para 100 usuários e abre o jogo para pequenos anunciantes
Nova regra torna campanhas de busca mais acessíveis para pequenas e médias empresas, com segmentação precisa e mais espaço para disputar cliques e conversões

O Google acaba de anunciar uma atualização importante que promete mudar o jogo para pequenas e médias empresas que anunciam na rede de pesquisa: agora, listas de correspondência de clientes precisam ter apenas 100 usuários para serem ativadas, em vez dos 1.000 exigidos anteriormente.
A informação foi divulgada pela Search Engine Land, e reforça uma movimentação mais ampla do Google no sentido de tornar seus recursos publicitários mais acessíveis a anunciantes de menor porte, especialmente diante do cenário de segmentação cada vez mais desafiador com as novas normas de privacidade em vigor.
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O que muda na prática
A atualização vale especificamente para listas de correspondência de clientes em campanhas de pesquisa, ou seja, listas com dados como e-mails ou telefones fornecidos diretamente pelos usuários, com consentimento, que podem ser cruzados com contas Google para ativar anúncios mais personalizados.
Listas de remarketing e outros públicos ainda permanecem com as regras anteriores.
Mas essa mudança específica já representa um avanço importante na inclusão de pequenas marcas na disputa por visibilidade qualificada.
Por que isso importa para o mercado
Antes, atingir o mínimo de 1.000 usuários era um entrave para muitas empresas menores, que tinham audiências mais nichadas ou bases de dados menores.
Agora, com apenas 100 contatos válidos, já é possível ativar campanhas altamente segmentadas, com foco em intenção e conversão — uma estratégia que tende a ter melhor custo-benefício.
Segundo a especialista Navah Hopkins, da Optmyzr, que comentou o tema ao lado do consultor de anúncios do Google Boris Beceric, trata-se de “uma grande vitória para as PMEs”.
Ela ainda aposta que essa movimentação pode abrir caminho para mudanças há muito esperadas, como maior transparência nos termos de busca usados pelos usuários.
Contexto: um movimento que já vinha sendo desenhado
Essa redução no mínimo de usuários não surge do nada. O Google já vinha dando sinais de uma abertura maior a pequenos anunciantes.
Como mostramos nesta matéria sobre a expansão de ferramentas de medição com IA, a big tech tem ampliado o leque de recursos para quem tem orçamento mais enxuto, como parte de uma estratégia para manter sua relevância diante de plataformas rivais.
Além disso, o Google tem insistido para que anunciantes repensem suas métricas de sucesso.
Como explicamos nesta análise sobre foco em visibilidade e não só em cliques, o apelo é para mirar em campanhas mais sustentáveis, que priorizem exposição estratégica, mesmo quando o clique não acontece imediatamente.
Estratégia e automação: peças do mesmo tabuleiro
A movimentação também se encaixa no contexto mais amplo da evolução dos modelos de automação do Google.
Recentemente, a empresa lançou um novo sistema de lances automatizados para maximizar conversões, o que sugere um foco cada vez maior em eficiência e otimização em tempo real, algo que fica ainda mais poderoso quando combinado a audiências qualificadas e bem segmentadas, como as das listas de clientes.
No radar: o que pode vir por aí
Para além da mudança prática, essa nova regra sinaliza algo maior: o Google está reposicionando sua estratégia de segmentação em tempos de privacidade.
Em vez de depender de grandes volumes de dados, a empresa parece estar testando formas mais ágeis e respeitosas de ativar campanhas com dados de primeira parte, oferecendo valor real tanto para anunciantes quanto para usuários.
A expectativa é que outras funcionalidades possam seguir o mesmo caminho.
A própria Hopkins especulou sobre uma possível reabertura dos termos de busca para análise, algo que seria amplamente celebrado por quem trabalha com performance e otimização de campanhas.