Google oficializa links nas Visões Gerais de IA e direciona usuários para mais resultados de busca semelhante
Recurso que transforma termos destacados em novos links de pesquisa é ativado para usuários nos EUA

O Google oficializou um novo recurso dentro das Visões Gerais de IA: a adição de links em palavras específicas que direcionam os usuários para resultados de busca adicionais.
A funcionalidade, que já vinha sendo testada, agora está disponível em inglês nos Estados Unidos, tanto para desktop quanto para dispositivos móveis.

De acordo com informações publicadas pelo Search Engine Roundtable, a empresa afirma que a novidade visa facilitar a navegação dos usuários, ajudando-os a explorar tópicos com mais profundidade e descobrir conteúdos relevantes de forma mais eficiente.
Segundo um porta-voz do Google, a decisão de transformar certos termos em links foi baseada em testes que mostraram uma recepção positiva dos usuários, em um modelo semelhante ao antigo recurso “As pessoas também pesquisam por”.
“Para ajudar as pessoas a explorar tópicos e descobrir sites relevantes com mais facilidade, adicionamos links para alguns termos nas Visões Gerais de IA quando nossos sistemas determinam que podem ser úteis”, afirmou o porta-voz. A empresa diz ainda que continua expandindo os links para a web como parte da experiência da IA generativa nos resultados.
Mais cliques, menos refinamento manual
Na prática, o recurso funciona como uma forma de antecipar a curiosidade dos usuários.
O Google identificou que muitos usuários acabam realizando buscas manuais após lerem uma resposta gerada pela IA — seja porque querem saber mais, ou porque desejam ver fontes alternativas.
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A criação de links diretos nesses termos evita que o usuário precise digitar novamente e reformular consultas, o que, segundo a empresa, melhora significativamente a experiência de navegação.
A estratégia também começa a ser aplicada em outras áreas da busca, como os blocos de “Coisas para fazer” e “As pessoas também perguntam”.
Críticas e especulações sobre monetização
Apesar das justificativas do Google, a movimentação levanta questionamentos sobre os reais interesses por trás do novo recurso.
A analista Lily Ray compartilhou no X (antigo Twitter) um exemplo de resposta da IA com 31 links distintos, todos levando de volta para páginas de busca do próprio Google — em vez de sites externos.
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A crítica principal gira em torno da possível intenção de aumentar o tráfego interno e expor os usuários a mais anúncios, já que essas páginas de resultados adicionais têm maior probabilidade de conter publicidade — diferentemente das Visões Gerais de IA, que ainda não têm uma estratégia clara de monetização.
Especialistas apontam que o Google precisa manter o volume de buscas elevado e, ao mesmo tempo, demonstrar que continua valorizando o tráfego para sites de terceiros — algo cada vez mais sensível em meio às discussões sobre IA generativa e o papel dos editores, algo que discutimos aqui no SEO Lab recentemente.
Bing segue o mesmo caminho
O movimento também não é exclusivo do Google. O Microsoft Bing já começou a aplicar abordagem semelhante, sinalizando uma possível tendência mais ampla entre os mecanismos de busca que trabalham com respostas baseadas em inteligência artificial.
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