Google-Extended agora renderiza JavaScript: entenda o impacto para o SEO e para quem produz conteúdo

O rastreador de IA do Google, conhecido como Google-Extended, agora é capaz de renderizar JavaScript.

Na prática, isso significa que ele passou a enxergar páginas da web com mais profundidade, incluindo conteúdo que depende de scripts para ser carregado.

É o mesmo comportamento do Googlebot, o robô de busca da empresa usado no indexador tradicional do Google.

A confirmação foi feita por Martin Splitt, do time de relações para desenvolvedores do Google, em uma entrevista com o especialista Kenichi Suzuki.

Segundo ele, o Google-Extended também utiliza o Web Rendering Service (WRS), o mesmo serviço que o Googlebot usa para interpretar páginas da web mais complexas.

As informações são do Search Engine Roundtable, que destacou como esse avanço técnico aproxima os rastreadores de IA do comportamento padrão da busca tradicional.

“Portanto, o WRS é compartilhado entre diferentes serviços do Google, incluindo o Web Search e o Gemini”, disse Splitt.

O que isso significa para quem trabalha com conteúdo e SEO?

Na prática, o conteúdo que depende de JavaScript — como comentários dinâmicos, elementos interativos, menus expansíveis e widgets de terceiros — passa a ser visível também para o Google-Extended.

Isso abre um precedente: a IA do Gemini pode estar treinando em cima de partes do seu site que, até então, você achava que só o Googlebot alcançava.

Essa movimentação do Google também tem reflexos práticos para empresas regionais que apostam em conteúdo para atrair clientes.

Já discutimos aqui na SEO Lab como estratégias de SEO local ajudam a destacar negócios em suas comunidades, e entender como os rastreadores da IA estão lendo esses sites é mais um passo para garantir visibilidade.

Por que o bloqueio por robots.txt não é mais suficiente?

É importante lembrar que o Google-Extended ainda pode ser bloqueado via robots.txt, como o próprio Google recomenda.

No entanto, com essa nova capacidade de renderizar JavaScript, os sites que permitem acesso ao rastreador agora estão expondo uma camada mais rica de conteúdo.

E isso levanta questões: o que exatamente está sendo absorvido pela IA? E como isso pode ser usado fora do contexto da busca?

Especialmente para pequenos negócios que apostam em colaborações locais para ampliar autoridade e tráfego, como abordamos em uma análise anterior da SEO Lab, entender esse novo comportamento do Google-Extended pode ajudar a decidir até onde vale permitir ou limitar o acesso de IA ao conteúdo do site.

Leia também: IA vai acabar com o SEO? Google esclarece a polêmica

Essa coleta de conteúdo afeta a originalidade?

Com o Google usando o Gemini para criar visões gerais em suas páginas de busca (as famosas AI Overviews), cresce a preocupação com a canibalização de conteúdo.

Recentemente, discutimos aqui no SEO Lab, um novo levantamento mostrou que embora as visitas ao Google tenham aumentado, o tempo de permanência e o número de páginas acessadas por sessão estão em queda. Para saber mais sobre isso, leia nossa matéria na íntegra.

Mas afinal, se a IA lê, interpreta e resume o que está no seu site, será que o usuário ainda vai clicar no seu link?

É uma discussão que está longe de terminar, mas entender como o conteúdo está sendo lido é um passo essencial para tomar decisões estratégicas.

Conclusão: tempo de reavaliar sua política para IA

O fato de o Google-Extended estar renderizando JavaScript muda o jogo.

Ainda que a empresa ofereça mecanismos de bloqueio, nem todo site vai querer impedir o rastreamento, afinal, há possíveis ganhos de visibilidade também.

O importante é tomar essa decisão de forma consciente, com base em estratégia.

Nesse cenário, acompanhar o que seus concorrentes estão fazendo e como estão lidando com as IAs do Google, também se torna essencial.

Já falamos aqui na SEO Lab sobre como a análise de concorrência pode ser usada como uma ferramenta para fortalecer sua estratégia de SEO.