Google expande Visões Gerais de IA para mais de 200 países e em 40 idiomas

Recurso já alcança 1,5 bilhão de usuários e está impulsionando o volume e a qualidade das buscas na plataforma

Google expande Visões Gerais de IA para mais de 200 países e em 40 idiomas
Novo formato de resposta promete transformar a experiência de busca em mercados globais, com base no modelo Gemini 2.5. Créditos: Unsplash.

As Visões Gerais de IA do Google, aquelas respostas rápidas geradas por inteligência artificial que aparecem no topo dos resultados de busca, estão se tornando uma presença cada vez mais comum nas telas dos usuários.

Durante o evento Google I/O, a empresa anunciou que o recurso foi expandido para mais de 200 países e territórios e agora suporta mais de 40 idiomas, incluindo árabe, chinês, malaio e urdu.

Segundo reportagem do Search Engine Journal, essa ampliação reforça a aposta do Google em remodelar a experiência de busca, tornando as Ai Overviews, como também são chamadas, parte do cotidiano digital de bilhões de pessoas.

O número de usuários mensais que já se deparam com essas respostas bateu a marca de 1,5 bilhão, o que confirma a escalada do recurso dentro da lógica atual da plataforma.

Recurso estimula novas buscas e melhora a qualidade dos cliques

A promessa do Google é ambiciosa: oferecer respostas rápidas, relevantes e mais profundas com a velocidade que os usuários já esperam da plataforma.

De acordo com Liz Reid, vice-presidente de Pesquisa do Google, o novo formato não só melhora a experiência do usuário como também aumenta a frequência de buscas.

Um experimento interno da empresa comparou dois grupos de usuários, um exposto às Visões Gerais de IA e outro não, e revelou um crescimento de 10% no número de consultas entre os usuários que interagiram com as novas respostas.

Mais que isso, o efeito parece se intensificar com o tempo. Quanto mais o usuário usa o recurso, mais tende a buscar por meio dele.

Essa tendência já havia sido identificada em testes recentes, quando as Visões Gerais começaram a aparecer em países onde, oficialmente, ainda não estavam disponíveis. Agora, com a liberação ampla, a expectativa é que esse padrão se consolide.

Interação mais profunda, mas menos tráfego?

O Google também afirma que as Visões Gerais de IA estão gerando cliques mais valiosos.

Segundo a empresa, os usuários que acessam páginas a partir dessas respostas costumam passar mais tempo no conteúdo acessado do que aqueles que clicam nos resultados tradicionais.

Mas calma: mais qualidade não significa mais quantidade. Como mostramos na matéria “Visões Gerais de IA do Google derrubam cliques em buscas: queda de 30% desafia estratégias de SEO”, o novo formato tem desviado o tráfego de produtores de conteúdo, redirecionando o usuário diretamente para respostas geradas pela IA e, em muitos casos, de volta para o próprio Google.

Aliás, segundo nossa análise em “Google se conecta a si mesmo: 43% das Visões Gerais de IA redirecionam para o próprio Google”, quase metade dos links exibidos nas Visões Gerais levam o usuário a produtos da própria empresa, como o YouTube, Google Flights ou Google Shopping.

Se você está tentando entender de onde vêm (ou pra onde foram) os cliques orgânicos, o Google fez um pequeno agrado.

Os dados de impressões e cliques das Visões Gerais de IA começaram a aparecer no Search Console, mas com limitações. Como explicamos em “Google esclarece como links das Visões Gerais de IA aparecem no Search Console”, nem todos os dados são rastreados com precisão e a empresa ainda não exibe as respostas completas no relatório.

Ou seja, dá pra acompanhar, mas não dá pra controlar. O jogo segue com o Google no comando do tabuleiro.

Gemini 2.5 é o cérebro por trás das novas respostas

Outro ponto importante revelado no Google I/O é a atualização do modelo usado nas Visões Gerais.

Agora, a ferramenta roda com uma versão personalizada do Gemini 2.5, o modelo mais recente da empresa, que também está presente no Modo IA do buscador.

Com isso, o Google espera oferecer respostas ainda mais completas e lidar melhor com perguntas complexas.

Isso pode ser decisivo para temas técnicos, jurídicos ou altamente especializados, áreas em que produtores de conteúdo e profissionais de marketing precisam garantir precisão e confiabilidade.

Leia também: Google admite que sinais de E-E-A-T, links e conteúdo atualizado continuam importantes para o ranqueamento

O que vem pela frente?

A mensagem do Google é clara: as Visões Gerais de IA vieram para ficar. Embora ainda não estejam presentes em todas as buscas nem em todas as regiões, a empresa sinaliza que o processo de expansão continua e com força.

Mais do que nunca, é fundamental entender como o conteúdo está sendo entregue, interpretado e clicado.

Na dúvida, siga de olho aqui no SEO Lab. A gente continua decifrando cada nova jogada da IA do Google.