Google esclarece como links das Visões Gerais de IA aparecem no Search Console

Depois de meses de dúvidas e especulações, o Google trouxe um pouco mais de clareza sobre como os links exibidos nas chamadas Visões Gerais de IA (AI Overviews) aparecem nos relatórios do Search Console.

Segundo John Mueller, do próprio Google, todos os links que aparecem dentro de uma mesma AIO são contabilizados como se estivessem em uma única posição.

A confirmação veio após uma pergunta pública feita pelo consultor de SEO Gianluca Fiorelli e foi acompanhada de uma citação direta à documentação oficial da empresa.

Mueller resumiu assim: “Basicamente, um AIO conta como um bloco, então é tudo uma posição”.

Essa explicação reforça o que já estava nos manuais, mas que, na prática, continuava gerando dúvidas, principalmente entre os profissionais de SEO que tentam medir o impacto da IA na visibilidade e no tráfego dos seus sites.

Leia também: Quer aparecer nas Visões Gerais de IA? Estudo mostra quem está sendo citado (e quem foi ignorado)

Todos os links, uma só posição

Com isso, independentemente do lugar onde o link aparece dentro da visão geral, seja no topo, visível logo de cara, ou oculto, atrás de uma expansão, a posição atribuída é a mesma.

Segundo a documentação do próprio Google, o sistema de métricas para AIOs segue algumas regras específicas:

• Posição: Todos os links compartilham uma mesma posição na SERP.
• Cliques: Qualquer clique em link externo dentro da AIO conta como clique.
• Impressões: Só são contadas se o link estiver visível, ou se o usuário rolar/expandir.

Mas mesmo com essa padronização, a frustração com a falta de dados reais sobre tráfego permanece. E não é de hoje.

O que está e o que não está no Search Console:

É importante lembrar que o Search Console não inclui dados dos experimentos em andamento no Search Labs, o que significa que parte da amostragem das AIOs segue em “zona cinzenta”.

Isso dificulta ainda mais qualquer avaliação confiável do impacto real sobre os acessos.

Esse tipo de indefinição acontece ao mesmo tempo em que o Google segue afirmando publicamente que a IA melhora a qualidade dos cliques, o que foi detalhado nesta matéria da SEO Lab sobre o posicionamento oficial da empresa.

Por outro lado, uma análise independente mostrou uma queda de até 34,5% nos cliques, quando os resultados são tomados pelas Visões Gerais de IA, algo que também já detalhamos neste artigo.

Especialistas cobram dados concretos

A falta de transparência por parte do Google tem incomodado boa parte da comunidade de SEO.

Lily Ray, da Amsive, foi uma das vozes mais enfáticas nesse debate.

Ela questiona abertamente a promessa de que a IA estaria melhorando a performance dos sites: “Eu adoraria ver um único relatório do GSC que confirmasse essa afirmação”, afirmou, ecoando a frustração de quem não vê essa melhora acontecer na prática.

De fato, o Google tem negado qualquer queda significativa na busca tradicional, mesmo após o avanço das AIOs, posição que também analisamos aqui na SEO Lab.

Ao mesmo tempo, cresce a percepção de que o Google está redirecionando cada vez mais usuários para dentro do próprio ecossistema, um ponto abordado com profundidade nesta análise sobre o autoposicionamento do Google nas AIOs.

E o tráfego, vai pra onde?

A própria natureza das AIOs levanta uma pergunta: a posição única, compartilhada por todos os links, de fato se traduz em tráfego real?

O Google diz que sim. Mas a prática, até aqui, mostra um cenário bem mais nebuloso.

Em outra reportagem recente, mostramos como as AIOs aumentaram o tempo dentro do Google, mas reduziram o engajamento real dos usuários com os sites. Você pode conferir essa análise neste artigo da SEO Lab.

E, mais recentemente, o Google oficializou que agora os links nas AIOs direcionam também para mais resultados de busca semelhantes — uma mudança que pode bagunçar ainda mais os relatórios de posição, como mostramos nesta matéria.

Por que isso importa para quem produz conteúdo

Para produtores de conteúdo, SEOs e profissionais de marketing digital, entender como essas métricas funcionam é essencial para interpretar os relatórios com mais critério e, principalmente, para não cair em falsas promessas de performance que ainda carecem de comprovação.

Enquanto isso, o consenso parece ser um só: a IA mudou tudo, mas ainda estamos às cegas em muitas frentes.

Veja também: Google admite que sinais de E-E-A-T, links e conteúdo atualizado continuam importantes para o ranqueamento