Facebook volta a engajar veículos de mídia e reacende aposta de publishers na plataforma
Engajamento no primeiro trimestre de 2025 saltou até 200% em relação ao ano anterior
O Facebook parecia fora do radar de muitos editores de mídia, mas 2025 virou o jogo. Dados da NewsWhip mostram que a rede social voltou a gerar engajamento de peso para veículos jornalísticos.
No primeiro trimestre do ano, a interação média com conteúdos de publishers cresceu até 200% em comparação com 2024.
E não foi por conta de um volume maior de postagens, que se manteve estável. O boom começou em fevereiro, com um triplo de engajamento semanal em relação ao mesmo mês do ano passado.
Quem mais surfou a onda foi a Fox News. O veículo acumula 176 milhões de interações no Facebook até o início de maio. Em 2024 inteiro, foram 88 milhões.
Já o New York Times, que teve quedas nos últimos anos, voltou a figurar entre os dez veículos com maior engajamento.
Política, fotos e vídeos fofos seguem fortes
O bom desempenho da Fox News se apoia em postagens sobre política, principalmente envolvendo Donald Trump.
O New York Times, por outro lado, se destaca com uma diversidade de assuntos, como desastres naturais, cultura pop e esportes.
Em ambos os casos, o formato campeão de cliques é o mesmo: imagens com links para matérias completas.
Mas não é só notícia dura que gera clique. O britânico Metro viu seu engajamento crescer 378% com vídeos virais de crianças, animais e surpresas de Natal.
É a velha fórmula do viral que ainda funciona, especialmente no feed do Facebook.
Leia também: Por que Portais de Conteúdo Locais Devem Acompanhar as Iniciativas do Google for Publishers?
NatGeo e ESPN ficaram para trás
Entre os veículos que não aproveitaram a maré, aparecem nomes como National Geographic e ESPN.
Mesmo com ótimo desempenho no Instagram e TikTok, ambas tiveram crescimentos tímidos no Facebook, com apenas 10% e 7% de alta no engajamento, respectivamente.
Isso reforça a leitura de que o algoritmo voltou a privilegiar conteúdos jornalísticos, não necessariamente marcas de lifestyle ou entretenimento.
O que está por trás desse ressurgimento
O crescimento de interações parece estar ligado a uma mudança no comportamento do próprio Facebook.
No início do ano, Mark Zuckerberg declarou que a plataforma “voltaria às raízes” e priorizaria conexões sociais.
Apesar da falta de detalhes técnicos, os dados não deixam dúvida: conteúdos com links de veículos jornalísticos voltaram a ter espaço.
A tendência já havia sido identificada em uma análise do SEO Lab, que mostrou como o Facebook voltou a impulsionar tráfego para sites de notícia.
A matéria questiona até que ponto essa retomada é confiável, já que o histórico da Meta inclui cortes bruscos de alcance e mudanças de algoritmo que deixaram muitos publishers no prejuízo.
Esse aumento de engajamento também pode reaquecer a demanda por anúncios na plataforma.
Outra reportagem do SEO Lab revela quanto custa anunciar no Facebook, com dados sobre os valores cobrados por agências no Brasil e no exterior. A análise é essencial para quem quer aproveitar o momento sem queimar verba.
Oportunidade, mas com um olho no algoritmo
Para quem trabalha com conteúdo, SEO ou performance, o Facebook volta a ser uma janela de oportunidade.
Postagens com imagens, vídeos curtos e links bem amarrados têm alto potencial de alcance orgânico, mesmo sem impulsionamento.
Mas como sempre, o risco está no excesso de confiança. Apostar tudo em uma só plataforma já se mostrou uma cilada.
A dica é aproveitar o momento, mas manter canais próprios e presença diversificada, especialmente em tempos de algoritmos voláteis.
