ChatGPT domina buscas com IA e acelera mudança no mercado

Novo relatório revela que ferramentas de IA vêm ganhando espaço, enquanto buscas tradicionais como Google e Bing enfrentam queda de uso

ChatGPT domina buscas com IA e acelera mudança no mercado
Uso do ChatGPT cresce e consolida a IA como protagonista na forma como buscamos informações online. Créditos: Pexels.

Nos últimos meses, a forma como as pessoas pesquisam na internet passou por uma virada significativa.

Segundo dados recentes da Similarweb, divulgados pela Search Engine Journal, o ChatGPT assumiu uma liderança esmagadora entre as ferramentas de busca com inteligência artificial, respondendo por 80,1% do tráfego desse segmento.

Enquanto isso, nomes consolidados como Google, Bing e Yahoo registram quedas consecutivas.

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A tendência é clara: a IA está deixando de ser um complemento e se tornando um novo ponto de partida para buscas.

E o ChatGPT é o principal exemplo disso. Inclusive já mostramos como ele está sendo usado como buscador via extensão no Chrome, oferecendo respostas instantâneas direto na barra de navegação.

Mercado de busca com IA: um novo equilíbrio de forças

O relatório “AI Global” da Similarweb detalha a participação de mercado atual das principais ferramentas de busca com IA.

O ChatGPT, da OpenAI, continua absoluto, mesmo após variações nos meses anteriores. Veja o panorama:

  • ChatGPT: 80,1% (em alta em relação aos 77,6% do mês anterior)
  • DeepSeek: 6,5% (queda em relação aos 7,6%)
  • Ferramentas do Google: 5,6% (levemente acima dos 5,5%)
  • Grok: 2,6%
  • Perplexity: 1,5%

A hegemonia do ChatGPT, que lidera com ampla vantagem, ajuda a explicar por que as plataformas de busca tradicionais vêm perdendo espaço.

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Buscas tradicionais em declínio: impacto direto no tráfego

A queda no uso de mecanismos tradicionais como Google e Bing está se acentuando.

O Google caiu 2% no comparativo anual, enquanto o Bing despencou 18% — um tombo significativo, considerando que em janeiro havia registrado alta. Yahoo, DuckDuckGo e Baidu também apresentaram retrações.

Apesar disso, o Google tem tentado mostrar que ainda está firme no jogo. Recentemente, noticiamos que a empresa negou oficialmente uma queda no uso da busca com o avanço da IA, mesmo com os dados apontando o contrário.

E se depender da Apple, o cenário pode mudar ainda mais: a empresa estuda trocar o Google por buscadores com IA no Safari, o que impactaria diretamente quem depende do tráfego orgânico.

Crescimento desigual entre as categorias de IA

Nem toda aplicação de IA está se beneficiando da mesma forma. Algumas áreas crescem rapidamente:

  • DevOps e geração de código: +103% em 12 semanas
  • Ferramentas gerais de IA: +34%
  • Geração musical: +12%
  • Geração de voz: +8%

Outras, porém, estão em retração:

  • Redação e geração de conteúdo: -12%
  • Suporte ao cliente: -11%
  • IA jurídica: -70%

Esses dados indicam um cenário em que algumas soluções de IA entregam valor claro e direto, enquanto outras ainda não convenceram o mercado.

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Setores além da busca também sentem os efeitos

O impacto da IA não se restringe às plataformas de busca. Outros setores estão passando por reestruturações profundas:

  • Educação digital (EdTech): -28% (com Chegg e CourseHero em queda livre)
  • Construtores de site: -13%
  • Plataformas freelancer: -19%

Em contrapartida, plataformas de design seguem em alta (+10% ao ano), o que sugere que a IA está sendo usada para potencializar — e não substituir — esses serviços.

E o SEO, onde entra nisso?

A conclusão é direta: SEO tradicional ainda importa, mas não dá mais conta do recado sozinho.

Com o tráfego de busca tradicional em queda, profissionais da área precisam olhar para novas formas de alcançar seu público.

Isso passa por entender como a IA está influenciando a descoberta de informações e como adaptar o conteúdo para esses novos canais de busca.

Chatbots, respostas diretas, IA generativa, tudo isso está afetando como o conteúdo é descoberto, consumido e ranqueado.

O recado está dado: quem não acompanhar essa transformação corre o risco de ficar para trás.

O desafio agora é adaptar estratégias para esse novo ambiente, onde IA e mecanismos de busca coexistem — mas com pesos bem diferentes.