ChatGPT com anúncios? OpenAI projeta bilhões com monetização de usuários gratuitos até 2026

Previsão de receita indica que, apesar das críticas anteriores, empresa pode adotar modelo com anúncios no futuro próximo

ChatGPT com anúncios? OpenAI projeta bilhões com monetização de usuários gratuitos até 2026
Empresa já projeta iniciar a monetização dos usuários gratuitos em 2026. Créditos: pexels.

O ChatGPT poderá deixar de ser uma zona livre de publicidade muito em breve.

Segundo documentos internos da OpenAI, a empresa já projeta iniciar a monetização dos usuários gratuitos em 2026 — e não estamos falando apenas de planos pagos.

A aposta, agora, parece ser a de transformar o popular chatbot em uma plataforma também suportada por anúncios.

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OpenAI espera receita bilionária com monetização de usuários

A informação foi revelada em documentos obtidos e divulgados por Juan González Villa e publicados originalmente pela Search Engine Land.

Segundo os dados, a OpenAI projeta faturar cerca de US$ 1 bilhão com monetização gratuita de usuários já em 2026.

Esse valor poderia saltar para US$ 25 bilhões até 2029, em um mercado total estimado de US$ 125 bilhões em receitas.

Essa previsão inclui, entre outras fontes de lucro, os “novos produtos”, que englobariam o que a empresa chama de monetização gratuita.

Na prática, isso se refere à exibição de anúncios para os milhões de usuários da versão gratuita do ChatGPT — um movimento que representaria uma guinada importante na postura da empresa até aqui.

💡 Já discutimos na SEO Lab os desafios e transformações da publicidade digital com a chegada da IA generativa, especialmente em plataformas como o Google e o YouTube, que têm integrado IA em seus resultados e produtos.

Uma mudança de rota no discurso da empresa

O plano pode surpreender quem acompanhou a trajetória da OpenAI até aqui — principalmente as declarações do próprio CEO, Sam Altman.

Em entrevistas passadas, Altman afirmou que "odeia anúncios" e que preferia um modelo de negócios simples, baseado em assinaturas, para garantir que as respostas do ChatGPT não fossem influenciadas por interesses comerciais.

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Durante uma conversa com Lex Fridman, ele foi ainda mais direto:

“Odeio anúncios como escolha estética. (...) Gosto de saber que não sou o produto. Sei que estou pagando, e é assim que o modelo funciona.”

A CFO da empresa, Sarah Friar, reforçou esse posicionamento em dezembro de 2023, ao dizer que, embora a empresa estivesse aberta a explorar novas fontes de receita, “não havia planos ativos de investir em publicidade” naquele momento.

Por que isso importa?

Atualmente, o ChatGPT conta com mais de 600 milhões de usuários ativos por mês.

A entrada de publicidade no produto criaria uma nova e gigantesca frente de monetização — e abriria uma avenida promissora para marcas alcançarem usuários em momentos de alto engajamento com a IA.

Mas também levanta preocupações: como garantir que as respostas geradas não sofram interferência dos interesses de anunciantes?

O próprio Altman já alertou, no passado, para os riscos de um futuro distópico, em que o ChatGPT poderia sugerir produtos ou viagens com base em interesses comerciais e não em relevância real.

Aqui na SEO Lab, também já analisamos como as atualizações do Google têm afetado a neutralidade e a visibilidade de conteúdos informativos — um debate que ressoa com os dilemas que agora se desenham para a OpenAI.

Uma inevitabilidade do crescimento?

Apesar das contradições com o discurso anterior, a mudança parece inevitável diante do tamanho que o ChatGPT alcançou.

Com o crescimento vertiginoso do uso da IA, é natural que as big techs comecem a procurar formas de transformar esse volume em receita, sobretudo diante dos altos custos computacionais para manter modelos generativos como o GPT-4 operando em larga escala.

E não é só a OpenAI que está nesse caminho. O YouTube, como já mostramos na SEO Lab, também começou a testar visões gerais com IA nos resultados de busca — o que pode mudar a forma como os usuários interagem com conteúdo patrocinado.