Chat secreto, chamadas e arquivos: o plano de Elon Musk para transformar o X em rival do WhatsApp

Chat secreto, chamadas e arquivos: o plano de Elon Musk para transformar o X em rival do WhatsApp
Elon Musk acelera o plano de transformar o X em um "aplicativo para tudo", com o lançamento do XChat, um serviço que promete competir diretamente com o WhatsApp. Créditos: Unsplash.

Elon Musk está prestes a dar mais um passo ousado na tentativa de transformar o X (antigo Twitter) em um superapp.

O bilionário anunciou que o XChat, nova ferramenta de mensagens e chamadas criptografadas da plataforma, começa a ser liberado esta semana.

A novidade inclui mensagens temporárias, chamadas de áudio e vídeo, e envio de arquivos de qualquer tipo, tudo com promessa de segurança reforçada.

As informações foram divulgadas pelo próprio Musk na segunda-feira, e reforçam sua ambição de transformar o X em um "aplicativo para tudo".

Segundo a Forbes, o recurso deve expandir as funções atuais de mensagens diretas, que já existiam desde os tempos do Twitter, mas com mudanças significativas.

XChat quer ser tão seguro quanto o Signal — ou mais

Segundo Musk, o XChat usará uma “criptografia estilo Bitcoin”. A comparação causou certo ruído, já que o Bitcoin não usa criptografia para comunicação, mas sim assinaturas digitais e protocolos de segurança para transações.

De qualquer forma, a intenção do dono do X é reforçar a privacidade para bater de frente com o WhatsApp — que ele já criticou publicamente por falhas de segurança.

O novo sistema também dispensará números de telefone para chamadas, permitindo que tudo seja feito dentro do ecossistema da plataforma.

Um detalhe: alguns usuários premium já têm acesso antecipado ao XChat, de acordo com o TechCrunch.

Essa nova fase do X aproxima a plataforma da ideia do WeChat chinês, que une mensagens, pagamentos, compras, jogos e redes sociais em um só lugar.

De rede social a superapp: o plano ambicioso de Musk

Desde que comprou o Twitter por US$ 44 bilhões em 2022, Elon Musk repete o mesmo mantra: transformar o X em um hub digital completo.

A CEO da empresa, Linda Yaccarino, também tem reforçado essa visão. Em janeiro, Musk anunciou um acordo com a Visa, permitindo que usuários façam pagamentos diretos via X, como se fosse um Pix dentro da rede.

Além disso, o X agora abriga o chatbot Grok, baseado em IA generativa — como detalhamos na matéria "Elon Musk lança API do Grok 3: IA sem filtros chega ao mercado com preços altos e promessas ousadas", aqui na SEO Lab.

Essa movimentação faz parte de uma estratégia mais ampla de Musk no campo da inteligência artificial.

Como mostramos em "Elon Musk e a tentativa de comprar o ChatGPT: o jogo de poder que voltou contra ele", o bilionário já tentou assumir protagonismo também nas ferramentas de IA de maior destaque.

Privacidade, IA e monetização: uma disputa de plataformas

A entrada do X no universo das mensagens criptografadas não é só uma jogada técnica. É também uma disputa direta por atenção, dados e receita.

Musk está unindo ferramentas de conversa, inteligência artificial e monetização em uma única plataforma, o que pode mudar o cenário para criadores, marcas e anunciantes, embora Musk já tenha enfrentado resistência nesse campo, como mostramos em "Anunciantes rebatem Musk e dizem que X afundou sozinha".

Essa tendência de centralização de serviços e dados em um único app levanta questões que já debatemos na SEO Lab, como o impacto da IA nas estratégias de conteúdo, as mudanças na jornada do usuário e a disputa por audiência entre apps sociais e ferramentas de busca.

Musk quer tudo: da conversa ao pagamento

Se o XChat realmente entregar o que promete, o X pode deixar de ser apenas uma rede social para se tornar uma plataforma transacional — que conversa, informa, paga e lucra.

E isso tem tudo a ver com o que já discutimos por aqui sobre novas formas de monetização e distribuição de conteúdo.

Enquanto o WhatsApp foca em integrações com e-commerce e ferramentas empresariais, o X aposta em uma fusão mais ampla: conversa, IA, vídeo, pagamento e publicidade em um só ecossistema.

No fim das contas, quem sair na frente nessa corrida pode dominar não só o tempo do usuário — mas também o orçamento das marcas.

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