Amazon lança satélites e acirra disputa com Starlink: o que significa para empresas de mídia

Amazon lança satélites e acirra disputa com Starlink: o que significa para empresas de mídia
Impacto nas empresas de mídia pode ser significativo com a iniciativa. Crédito: Amazon.

A Amazon deu um passo importante na corrida pela conectividade via satélite ao lançar os primeiros 27 satélites do Projeto Kuiper, sua resposta à já consolidada rede Starlink, da SpaceX.

O movimento marca uma disputa bilionária entre Jeff Bezos e Elon Musk, e também um novo capítulo para setores que dependem diretamente de conectividade robusta e confiável, como as empresas de mídia.

A nova fase da internet via satélite

O lançamento da missão Kuiper Atlas 1, em 28 de abril, representa o início da estratégia da Amazon para competir no mercado global de internet via satélite.

Com previsão de colocar mais de 3.200 satélites em órbita até o fim de 2025, o projeto visa oferecer um serviço de internet de alta velocidade, baixo custo e cobertura global.

A Starlink, por sua vez, já conta com mais de 6.750 satélites ativos, com presença consolidada em dezenas de países e mais de cinco milhões de usuários. A entrada da Amazon nesse mercado promete pressionar preços, acelerar inovações e, principalmente, ampliar a oferta em áreas que ainda sofrem com acesso limitado ou instável à internet.

O impacto direto nas empresas de mídia

Para empresas de comunicação, a expansão das redes de satélites de baixa órbita representa mais do que uma melhoria técnica. Trata-se de uma oportunidade estratégica para transformar a maneira como conteúdo é produzido, transmitido e distribuído.

Empresas de mídia que operam com cobertura jornalística em regiões remotas, transmitem eventos ao vivo ou precisam manter suas redações e estúdios conectados mesmo em cenários adversos — como desastres naturais ou falhas em redes terrestres — passam a contar com uma infraestrutura adicional que oferece estabilidade.

Conectividade como ativo estratégico

A internet via satélite está deixando de ser uma solução emergencial para se tornar um pilar de sustentação operacional. Para empresas de mídia que atuam em múltiplos canais — TV, rádio, portais de notícias, streaming — o acesso constante e confiável à internet é essencial para garantir distribuição eficiente, qualidade de transmissão e resposta rápida ao público.

Com investimentos bilionários sendo feitos por Amazon, SpaceX, OneWeb e outras iniciativas internacionais, cresce também a expectativa de que a concorrência resulte em serviços mais acessíveis, com maior alcance e desempenho técnico.

A internet da Amazon pode fazer diferença na operação de veículos de mídia

Empresas de mídia que anteciparem esse movimento e começarem a considerar soluções de conectividade via satélite como parte de sua infraestrutura crítica estarão mais preparadas para manter a continuidade do negócio em qualquer situação.

Quanto custa a internet da Amazon?

A internet da Amazon via satélite ainda não está disponível no Brasil, mas a empresa planeja lançar o serviço em breve com o Projeto Kuiper. O custo estimado para o plano mensal pode variar, mas é esperado que seja competitivo com a Starlink, que cobra a partir de R$ 184 por mês, além do custo do kit de equipamentos. 

No Brasil, o valor da antena Starlink Mini é de R$ 1.799 à vista, com opção de parcelamento em até 12 vezes de R$ 150 sem juros. Essa versão mais compacta mantém os mesmos recursos da antena comum, mas com tamanho e peso reduzidos — o que impacta também a área de cobertura, limitada a 112 m² (em comparação aos 297 m² da versão tradicional).

Além da compra da antena, é necessário contratar um plano de internet para utilizá-la. Um dos planos disponíveis é o "Plano Viagem", que custa R$ 315 por mês e oferece uma franquia de 50 GB.